Teresina, 30 de janeiro de 2025
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Trump sugere retirada de moradores da Faixa de Gaza para “limpeza” e propõe reassentamento em Egito e Jordânia

Fotos: Divulgação

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu neste sábado (25) que os moradores da Faixa de Gaza deixem o território, amplamente devastado pela guerra entre Israel e o Hamas, para que uma “limpeza” seja realizada na região. Trump defendeu que Egito e Jordânia acolham os palestinos, afirmando que a medida poderia ser temporária ou permanente.

“É literalmente um local de demolição, quase tudo foi demolido e as pessoas estão morrendo lá. Então, eu preferiria me envolver com algumas das nações árabes e construir moradia em outro local onde elas possam talvez viver em paz, pelo menos por um tempo”, declarou Trump durante uma conversa com jornalistas.

O presidente também comentou sobre o deslocamento forçado de mais de um milhão e meio de palestinos da Faixa de Gaza, dizendo: “Estamos falando de um milhão e meio de pessoas, e nós apenas limpamos tudo isso”.

Contexto do conflito

A Faixa de Gaza está em ruínas após a intensificação da guerra entre Israel e o Hamas, que começou em outubro de 2023 após um ataque do grupo ao território israelense. Desde então, o conflito deixou mais de 40 mil mortos e gerou uma crise humanitária sem precedentes na região, com milhares de deslocados e uma infraestrutura quase totalmente destruída.

Até o ano passado, sob a gestão do presidente Joe Biden, os Estados Unidos se posicionavam contra o deslocamento forçado de palestinos. Biden também defendia a criação de um Estado palestino como parte de uma solução de convivência pacífica com Israel. As declarações de Trump, no entanto, levantam preocupações sobre o impacto dessa proposta no futuro da população palestina e na viabilidade de um Estado soberano.

Diplomacia com países árabes

Neste sábado, Trump conversou com o rei Abdullah da Jordânia para discutir a possibilidade de o país receber palestinos. Em entrevista a jornalistas, ele afirmou que a Faixa de Gaza está “uma bagunça” e que o reassentamento dos moradores seria uma solução viável. Trump deve continuar as discussões neste domingo (26) em uma conversa telefônica com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi.

A sugestão de Trump tem gerado reações preocupadas entre especialistas e entidades internacionais, que temem que o deslocamento em massa da população palestina enfraqueça sua presença histórica na região e dificulte ainda mais as negociações para a criação de um Estado palestino.

Envio de bombas para Israel

Trump também revelou que autorizou o envio de bombas para Israel, que haviam sido retidas pelo governo Biden devido às preocupações com seu impacto sobre civis na Faixa de Gaza. Essas bombas têm alta capacidade destrutiva, podendo atravessar concreto e metais espessos e causar explosões em larga escala.

Sob o governo Biden, o fornecimento desses artefatos havia sido suspenso em meio a críticas internacionais sobre o uso de armamento pesado em áreas densamente povoadas. A decisão de Trump de liberar o envio pode intensificar ainda mais o conflito e aumentar as preocupações humanitárias.

Reações e consequências

As declarações de Trump demonstram uma mudança na postura dos Estados Unidos em relação ao conflito israelense-palestino, marcando uma abordagem mais alinhada às ações militares de Israel. A proposta de deslocamento forçado, no entanto, levanta sérias questões éticas e políticas, com potencial para agravar ainda mais a crise humanitária e alimentar tensões na região.

Enquanto isso, a situação na Faixa de Gaza permanece crítica, com a população enfrentando condições extremas de sobrevivência e um futuro incerto em meio a uma das guerras mais devastadoras dos últimos anos.

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