Brasil, 8 de setembro de 2025
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Mercado de trabalho nos EUA apresenta sinais de enfraquecimento sob Trump

Aumento no desemprego e queda na criação de empregos marcam os primeiros meses de Trump no cargo.

O mercado de trabalho nos Estados Unidos apresentou uma transição alarmante nos primeiros sete meses do mandato do presidente Donald Trump, passando de uma fase saudável para uma situação letárgica. Com a criação de empregos em queda e a inflação apresentando sinais de alta, os impactos das tarifas implementadas pelo presidente começam a ser sentidos na economia norte-americana.

Desemprego e criação de empregos em queda

O relatório de empregos divulgado na última sexta-feira revelou que apenas 22 mil novas vagas foram abertas em agosto, enquanto a taxa de desemprego subiu para 4,3%. O cenário é preocupante: setores-chave como indústrias e construção civil demitiram trabalhadores, e revisões indicaram que a economia perdeu 13 mil empregos em junho, marcando as primeiras perdas mensais desde dezembro de 2020, durante a pandemia de COVID-19.

A nova realidade expõe a discrepância entre o “sonho econômico” prometido por Trump e o que tem sido entregado até agora. A administração, que se orgulha de seu ritmo acelerado, agora pede paciência à população, com o presidente afirmando que a recuperação nos números de emprego pode levar até um ano.

“Vamos vencer como você nunca viu antes,” disse Trump em sua declaração na sexta-feira. “Aguarde até que essas fábricas que estão sendo construídas em todo o país comecem a abrir, você verá coisas acontecerem neste país que ninguém espera.”

Aprovação em queda e a busca por culpados

A apelação por paciência não trouxe alívio aos americanos, que veem os problemas econômicos, antes consideráveis, se transformarem em fraquezas persistentes. A aprovação da liderança econômica de Trump caiu de 56% no início de 2020 para apenas 38% em julho deste ano, segundo pesquisas do Associated Press-NORC Center for Public Affairs Research.

Essa situação fez com que Trump procurasse outros culpados, enquanto os democratas afirmam que o problema começa e termina com ele. O presidente insistiu que a falta de geração de empregos é resultado da política do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que, segundo Trump, deveria ter cortado as taxas de juros. Contudo, essa abordagem pode acirrar a inflação, e os investidores já esperam uma decisão do Fed em setembro.

Consequências das tarifas e os números que não mentem

O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, criticou as tarifas de Trump e suas políticas liberais, afirmando que elas estão quebrando a economia. “Este é um sinal vermelho para todo o país de que Donald Trump está espreme-do a vida de nossa economia,” declarou Schumer.

Além disso, a realidade dos números tem pressionado Trump. Desde abril, os fabricantes cortaram 42 mil empregos e os setores de construção reduziram 8 mil. O índice de desemprego entre a população negra atingiu 7,5%, o mais alto desde outubro de 2021, e a administração não conseguiu cumprir suas promessas de que a geração de empregos iria crescer de forma robusta.

Os sonhos de Trump em transformar a economia, apoiando-se em uma “riqueza líquida de petróleo”, não se concretizaram, com setores como mineração e petróleo perdendo 12 mil postos de trabalho desde janeiro. Mesmo com preços de gasolina mais baixos, a produção de petróleo deve diminuir no próximo ano, conforme estimativas da Administração de Informação de Energia.

Previsões para o futuro e o que vem a seguir

Com a expectativa de crescimento econômico “explosivo” iminente, o governo Trump se mantém otimista. Em um jantar com executivos de grandes empresas, o presidente mencionou que as novas instalações dedicadas ao desenvolvimento de inteligência artificial poderiam criar “números de emprego como nosso país nunca viu antes em breve.”

Ainda assim, economistas e analistas divergem sobre o futuro da economia. Michael Strain, do American Enterprise Institute, argumenta que as promessas de crescimento contradizem a alegação de que os recentes dados de empregos foram manipulados. Isso levanta a questão: “se os dados são falsificados, o que estamos esperando?”

O relatório de empregos da última sexta-feira foi considerado um “outlier” em uma economia que muitos acreditam estar se recuperando. No entanto, a realidade apresentada por dados mais amplos sugere um enfraquecimento generalizado em setores fundamentais, como construção e manufatura.

No cenário político, muitos especialistas acreditam que Trump ainda tinha um tempo considerável para reverter sua imagem nos próximos meses, mas a situação atual é um forte indicativo de que desafios econômicos persistem. O que o futuro reserva para a economia americana sob sua administração ainda será determinado nos próximos meses.

Resta saber se Trump conseguirá entregar em suas promessas ou se a realidade da economia se tornará insustentável para a sua reeleição em 2024. O tempo dirá se as promessas se materializarão ou se continuarão apenas sendo palavras ao vento.

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