Brasil, 8 de setembro de 2025
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Javier Milei defende irmã e critica oposição em meio a escândalo de corrupção

O presidente argentino enfrenta acusações e tensões políticas enquanto se prepara para eleições importantes no país.

BUENOS AIRES, Argentina (AP) — O presidente Javier Milei se posicionou firmemente contra seus adversários políticos na quinta-feira, defendendo sua irmã, Karina Milei, em meio a alegações de que ela e associados mais próximos lucraram com um esquema de corrupção na agência de deficiência do país. Este pronunciamento marca a primeira reação significativa de Milei sobre o escândalo, que ameaça sua popularidade e a de seu partido libertário.

Atribuições e resposta à crise

Milei acusou seus rivais de orquestrar uma campanha difamatória contra ele e seu partido, referindo-se à situação como uma “opereta”, um termo que utiliza para descrever a narrativa da oposição Peronista, que, segundo ele, domina a política argentina há décadas. “Como todos os esquemas anteriores, é outra mentira”, declarou Milei durante uma conferência comercial com líderes empresariais.

A crise em torno do governo Milei se intensificou, e as tensões políticas aumentam com a aproximação de eleições importantes. A província de Buenos Aires, tradicionalmente um bastião dos rivais Peronistas de Milei, realizará eleições para conselhos locais e legislativos provinciais em 7 de setembro. Além disso, as eleições nacionais de meio de mandato ocorrerão em outubro, onde o presidente busca ampliar a minoria de seu partido no Congresso, atualmente controlado pela oposição.

Os desafios eleitorais à vista

As próximas votações são amplamente vistas como um referendo sobre o auto-proclamado “anarcocapitalista”, que recebeu elogios pela eliminação do déficit fiscal crônico da Argentina e pelo controle da inflação severa. No entanto, Milei enfrenta crescentes pressões à medida que o crescimento econômico desacelera, as reservas de moeda estrangeira diminuem e os salários médios ficam aquém dos níveis anteriores ao seu governo.

O escândalo de corrupção ganhou notoriedade na semana passada, após a divulgação de gravações de áudio vazadas na qual o ex-diretor da agência de deficiência da Argentina, Diego Spagnuolo, supostamente discute um esquema de propina que beneficiaria Karina Milei e outros funcionários, gerando ganhos de até $800.000 por mês. Em resposta, Milei demitiu Spagnuolo da agência de deficiência e afirmou que as autoridades estão investigando as gravações, as quais levaram a ações de busca em várias residências e escritórios em Buenos Aires. Até o momento, os promotores ainda não apresentaram acusações formais.

A reação de Milei e os protestos nas ruas

“Lamentamos que juízes tenham que perder tempo com truques políticos em vez de combater o crime”, comentou Milei na quinta-feira. Ele havia mantido um silêncio peculiar sobre o assunto antes de se pronunciar em um evento de campanha na quarta-feira, onde negou as alegações a um repórter. O evento foi marcado pela tensão, pois o presidente teve que ser evacuado após manifestantes jogarem pedras contra sua comitiva.

Um novo evento de campanha com a presença de Karina Milei também teve um tom tenso na quinta-feira, quando um grande número de manifestantes se reuniu em frente ao local, empurrando e gritando insultos contra os apoiadores de Milei. A situação exigiu que Karina fosse retirada do local em uma van preta. A polícia registrou pelo menos três prisões durante os distúrbios.

Com a abordagem direta de Milei contra as alegações que cercam sua família e seu governo, o cenário político na Argentina se complica ainda mais à medida que o país se aproxima das eleições críticas. A luta entre o presidente e a oposição Peronista continua em um contexto de crescente inquietação popular e disputas acirradas que prometem moldar o futuro político do país.

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