Brasil, 8 de setembro de 2025
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Gleisi Hoffmann critica uso da bandeira americana por bolsonaristas

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, se manifestou contra o uso da bandeira americana em atos bolsonaristas no Brasil.

No último domingo, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, fez duras críticas a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que exibiram bandeiras dos Estados Unidos durante manifestações realizadas em defesa da anistia ao ex-mandatário. A declaração de Hoffmann veio em um contexto de intensificado debate sobre a soberania nacional e a legitimidade da anistia proposta em favor de Bolsonaro e outros envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023.

Posicionamento de Gleisi Hoffmann

Em uma publicação nas redes sociais, a ministra enfatizou a diferença entre o posicionamento dela e dos bolsonaristas, destacando: “Essa é a nossa diferença com os bolsonaristas: batemos continência para a bandeira brasileira. Exaltamos a bandeira do Brasil, do povo brasileiro.” Essa defesa fervorosa da bandeira nacional mostra um claro apelo à identidade nacional brasileira, especialmente em um momento em que o país atravessa um período conturbado de polarização política.

Desfile de 7 de setembro e clima nacional

As críticas de Hoffmann aconteceram no mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do tradicional desfile de 7 de Setembro em Brasília. Este ano, a celebração foi marcada pela ênfase na soberania nacional, evidenciada pelo slogan “Brasil Soberano” exibido na Esplanada dos Ministérios. O desfile teve como objetivo reforçar a imagem de independência do Brasil diante das pressões externas, especialmente em relação ao que muitos consideram um “tarifaço” imposto pelo governo dos Estados Unidos.

Manifestações bolsonaristas e suas proporções

Enquanto Lula exaltava a soberania nacional em um discurso certinho ao lado de ministros e aliados, a oposição bolsonarista organizava manifestações por várias cidades brasileiras. De acordo com monitoramento do Cebrap, os atos na Avenida Paulista reuniram cerca de 42,2 mil pessoas, enquanto Copacabana, no Rio de Janeiro, teve uma mobilização de aproximadamente 42 mil participantes. Tais números demonstram que, apesar da polarização, há uma mobilização significativa dos apoiadores de Bolsonaro em busca da aprovação do projeto de lei de anistia.

Contrapontos das manifestações pró-governo

Do lado oposto, os atos convocados pela esquerda em São Paulo e no Rio de Janeiro reuniram cerca de 8,8 mil e 4 mil pessoas, respectivamente. Durante essas mobilizações, lideranças políticas e sindicais aproveitaram a oportunidade para ressaltar a importância de barrar a anistia e reafirmar o alinhamento com a narrativa governamental, que enfatiza a defesa do Brasil e da democracia frente a pressões externas.

Críticas ao governador Tarcísio de Freitas

O deputado Lindbergh Farias, do PT, não poupou críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que se manifestou em apoio a Bolsonaro durante os atos. Em sua avaliação, o discurso do governador representou um “ataque frontal ao Supremo Tribunal Federal (STF)” e uma tentativa clara de pressioná-lo no julgamento relacionado aos eventos de 8 de janeiro. Farias não hesitou em afirmar que Tarcísio age não como governador, mas como advogado de Bolsonaro, “legitimando o crime e sabotando a Justiça”.

Defesa de Tarcísio e suas controvérsias

Durante o ato na Avenida Paulista, Tarcísio de Freitas defendeu a concessão de anistia a Jair Bolsonaro e criticou o que ele chamou de “tirania” do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A manifestação observou gritos de “fora, Moraes” durante seu discurso, um reflexo do descontentamento entre os apoiadores bolsonaristas. O governador questionou a validade das provas contra Bolsonaro, chamando-as de “mentirosas” e utilizando essa argumentação para justificar a busca por uma anistia “ampla”.

O que está em jogo?

Essa movimentação política revela um cenário tenso, onde a luta pela narrativa do que constitui a verdade histórica sobre os eventos de 8 de janeiro continua a ser um ponto de disputa entre os dois lados. O chamado à anistia está intrinsecamente ligado a questões de justiça e a manutenção da democracia no Brasil. Tais manifestações e a polarização crescente refletem um país dividido, onde os símbolos nacionais e as narrativas sobre o passado recente continuam a ser utilizados como armas no debate político.

À medida que o Brasil se aproxima de novas eleições e outros eventos políticos, a questão da anistia e o uso de símbolos nacionais como bandeiras verrá cada vez mais central no cotidiano e na luta política do país.

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