Brasil, 8 de setembro de 2025
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Como drones russos transformam civis em alvos em Kherson

A guerra na Ucrânia tem mostrado um lado sombrio com o uso crescente de drones russos, que têm como alvos civis em Kherson, uma cidade situada na linha de frente do conflito. Relatos de pessoas que vivem sob esta ameaça diária evidenciam a angústia e o medo a que estão submetidas, transformando-os em alvos de uma modalidade de combate que parece mais um jogo cruel.

Drones como predadores das ruas de Kherson

Recentemente, Catherine Kostryka, uma residente corajosa de Kherson, compartilhou sua experiência aterradora de viver sob a constante vigilância de drones russos. Ela descreve um momento em que um drone espreitava um homem que, ao carregar um simples saco de compras, foi atacado. Este cenário surge em meio a uma luta desesperada pela sobrevivência, onde a indiferença da guerra se manifesta em atos brutais direcionados a civis inocentes.

“Os pilotos de drones russos estão 100% deliberadamente mirando em civis; eles não estão tentando esconder isso”, explica Catherine. “A situação aqui é chamada de ‘safari’, uma ideia grotesca que revela a mentalidade de quem está atrás dos comandos dos drones”, complementa, referindo-se a vídeos propagandísticos que glorificam essas ações.

A realidade de um ‘safari humano’

A expressão “safari humano” ilustra a transformação da vida cotidiana em uma perseguição por drones armados. Catherine narra episódios angustiosos em que crianças e adultos foram atacados, como um caso de um menino de sete anos que, enquanto brincava, foi alvo de um ataque aéreo. “É impossível acreditar que os drones estão programados apenas para atacar soldados. Os alvos são civis, simplesmente porque estão lá”, afirma.

Catherine também relembra a história de um amigo de sua mãe, que quase perdeu a vida ao ser atingido por um drone. “Ele estava voltando do trabalho e o drone o atacou, quase perdendo a perna. Ele teve que passar por cirurgia plástica após o ataque”, conta, aumentando a sensação de que o terror é uma parte indissociável da vida em Kherson.

O impacto psicológico da guerra

A pressão psicológica de viver sob a ameaça constante de drones tem exigido que os civis desenvolvam um estado de “hipervigilância”. Catherine descreve como as pessoas aprenderam a olhar para cima, para baixo e o que escutar ao sair; um manual cruel de sobrevivência em tempos de guerra. Os drones não só atacam como também deixam armadilhas mortais pelo caminho, como minas disfarçadas, aumentando ainda mais a tensão e o medo.

A resposta internacional e a luta pela sobrevivência

Um relatório da ONU de maio de 2023 acusou as forças armadas russas de cometer crimes contra a humanidade, incluindo assassinatos de civis usando drones. Os números são alarmantes, com quase 150 civis mortos em Kherson e em outras áreas controladas pela Ucrânia devido a ataques aéreos.

Os serviços de emergência e as ambulâncias foram frequentemente alvo, resultando em vidas perdidas que poderiam ter sido salvas se o cuidado médico estivesse acessível. A situação é uma prova da determinação de Catherine em não ser silenciada pela opressão. Ela expressa uma profunda frustração com a resposta do Ocidente, acusando líderes mundiais de não entenderem a gravidade do que sucede em sua terra natal.

“Sinto como se o Ocidente estivesse completamente paralisado. A democracia está perdendo para a ditadura, e isso é uma realidade cruel que enfrentamos todos os dias”, reflete Catherine. Com um olhar de resolução, ela conclui: “Se estamos em um safari, somos os leões que eventualmente comerão o caçador”.

Essas histórias não apenas revelam a brutalidade da guerra, mas também a coragem indomável dos civis que enfrentam a morte todos os dias, permanecendo resilientes em meio ao caos. A luta de Catherine e de muitos outros em Kherson é um chamado à ação para o mundo, lembrando-nos do custo humano de conflitos que muitas vezes são vistos à distância.

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