O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não poupou críticas ao ministro Alexandre de Moraes durante um ato na Avenida Paulista, realizado no último domingo (7). Ele declarou que a população não suporta mais a “tirania” do ministro e que não há provas que vinculem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Durante seu discurso, Tarcísio pediu que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, coloque em pauta o projeto de anistia, já que ambos pertencem ao mesmo partido.
Apoio à anistia e defesa de Bolsonaro
A manifestação em que Tarcísio falou foi organizada por líderes da direita em defesa do ex-presidente e dos condenados pelos atos do início do ano. Ele clamou pelo retorno de Bolsonaro em 2026, apesar de sua inelegibilidade até 2030, decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tarcísio destacou sua posição dizendo: “Bolsonaro nas urnas” e reafirmou que seu padrinho político “é o único candidato” viável.
Durante cerca de 15 minutos de discurso, o governador começou a aumentar o tom em relação ao STF e fez duras críticas a Moraes, sugerindo que a anistia é a única solução para os problemas políticos atuais. Ele pediu a Hugo Motta que “paute a anistia”, afirmando que isso traria a justiça de volta ao país. “Deixe a Casa decidir, e eu tenho certeza que ele vai fazer isso porque trazer a anistia para a pauta é resgatar a justiça”, afirmou Tarcísio, ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).
A manifestação em defesa da anistia
A manifestação, que contou com a presença de Tarcísio e outras figuras da direita, teve como foco a reivindicação pela absolvição dos condenados e o impeachment de Alexandre de Moraes. O governador, em seu discurso, chegou a classificar os condenados pelos atos de 8 de janeiro como “presos políticos” e contestou a legitimidade das condenações. “Se não tem um texto, um áudio, vinculando Bolsonaro ao 8 de janeiro, é tudo muito frágil”, declarou.
Tarcísio também citou a importância de preservar a tradição de “conciliação” no Brasil e lembrou que a anistia de 1979, que beneficiou muitos que participaram da ditadura militar, foi fundamental para a democracia atual. Ele pediu à população que não seja tímida na defesa da liberdade e da regra democrática, insistindo que as divergências devem ser resolvidas nas urnas e que a participação de Bolsonaro nas próximas eleições é crucial.
Contexto político e julgamento de Bolsonaro
O ato ocorreu em um momento de tensão política, com o julgamento de Bolsonaro e outros sete réus relacionado aos eventos do 8 de janeiro em curso na Primeira Turma do STF. O ex-presidente e os réus enfrentam acusações que incluem organização criminosa e tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, entre outras.
Os protestos organizados na Avenida Paulista demonstraram o descontentamento de setores da direita contra as decisões do STF e o que avaliam como uma perseguição política. O ato, liderado por Silas Malafaia e outras lideranças, reforça a mobilização política entre os apoiadores de Bolsonaro e a defesa pela anistia.
O ambiente político continua a ser marcado por divisões profundas, e os próximos meses serão decisivos na construção das narrativas em torno das eleições de 2026 e da legitimidade das ações judiciais que cercam o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.