Brasil, 8 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Nancy Mace e a ironia de sua saída emocional da reunião com vítimas de Epstein

Após alegar ataque de pânico ao deixar encontro com vítimas de Epstein, crítica aponta contradição na postura da deputada republicana

A deputada Nancy Mace (R-S.C.) saiu rapidamente de uma reunião fechada com vítimas de Jeffrey Epstein em Washington, D.C., alegando um “ataque de pânico”, enquanto visivelmente emocionada e chorando, gerando questionamentos sobre sua postura em relação às vítimas e às conexões políticas com Trump.

Polêmica em meio a reunião com vítimas de Epstein

Durante o encontro na terça-feira, Mace foi vista deixando o local abruptamente, sem falar com a imprensa na ocasião. Posteriormente, explicou sua saída nas redes sociais, afirmando sentir “a dor imensa de todas as vítimas que lutam por justiça, pois sabemos que ninguém mais irá defendê-las”.

Embora tenha demonstrado empatia, críticos apontam uma incoerência, uma vez que a mesma deputada já se colocou em destaque por denúncias pessoais de abuso sexual e por seu apoio fervoroso ao então presidente Donald Trump, conhecido por suas declarações controversas e alegações de má conduta sexual por diversas mulheres.

A trajetória controversa de Nancy Mace e sua relação com Trump

Denúncias pessoais e posicionamento político

Em fevereiro, Mace discursou na Câmara denunciando homens que, segundo ela, a drogavam, abusavam e filmavam sem consentimento — incluindo seu ex-noivo, Patrick Bryant. Essas alegações resultaram em processos de difamação contra ela, embora nenhuma acusação tenha sido provada até o momento.

Enquanto isso, Mace tem sido uma defensora fervorosa de Trump, cujo envolvimento com Epstein e acusações de abuso sexual costumam estar atrelados às controvérsias do ex-presidente. Trump foi condenado em um processo civil por abusar sexualmente E. Jean Carroll, embora ele negue qualquer conduta ilícita.

De fato, Trump foi mencionado várias vezes nas redes de Epstein, e o ex-presidente se manifestou publicamente, desqualificando as denúncias de assédio e abuso feitas por várias mulheres ao longo de décadas. Sua ligação com Epstein permanece objeto de questionamento e investigações.

O paradoxo na postura de Mace diante de vítimas de abuso

A contradição formaliza-se na relação de Mace com figuras associadas ao abuso, ao mesmo tempo que ela se mostra empática com vítimas de Epstein — um dos maiores casos de exploração sexuais envolvendo poder e celebridades. Sua posição de apoio a Trump, que tem seu próprio histórico de acusações de má conduta, levanta dúvidas sobre a sinceridade de sua postura.

A transparência do andamento da investigação sobre Epstein também é atenuada pelo movimento do Comitê de Divulgação de documentos relevantes, lançado na noite de terça-feira, que disponibilizou milhares de registros, embora de forma pouco acessível, em uma pasta no Google Drive, com materiais que, na maior parte, já haviam sido tornados públicos anteriormente.

Relevância e impacto futuro

Especialistas em política afirmam que o episódio evidencia as complexidades e as contradições de figuras públicas que, apesar de se apresentarem em defesa de vítimas, mantêm laços e apoios a indivíduos e interesses que podem estar envolvidos em práticas de má conduta. A situação de Nancy Mace serve como exemplo de como a narrativa de empatia muitas vezes convive com interesses políticos e pessoais controversos.

Ainda não está claro como essa incoerência afetará a credibilidade da deputada ou o andamento das investigações relacionadas ao caso Epstein, mas o episódio reforça a necessidade de maior transparência e análise crítica por parte da opinião pública.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes