Brasil, 7 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Síndica é afastada após desvio de mais de R$ 1,5 milhão em Guarujá

Uma síndica de condomínio em Guarujá, SP, foi afastada após acusada de desviar dinheiro e é investigada por estelionato.

Uma grave situação envolvendo a administração de um condomínio em Guarujá, no litoral de São Paulo, culminou no afastamento de uma síndica acusada de desviar mais de R$ 1,5 milhão dos cofres condominiais. O caso, que já é investigado pela Polícia Civil, levantou a preocupação entre os moradores, que agora buscam reparação na Justiça.

O caso do desvio de recursos no condomínio

De acordo com informações da advogada Fernanda Escanuella, representante do condomínio, a síndica foi destituída do cargo em agosto deste ano, após uma assembleia destinada a esclarecer o aumento das cotas condominiais nos últimos anos. Os problemas começaram a ser levantados em março de 2023, quando foram identificados pagamentos suspeitos feitos para a conta pessoal de um empresário, parceiro da síndica.

Fernanda relata que a ex-síndica ocupou o cargo por quase quatro anos e que as suspeitas de má administração surgiram após a verificação de contratos que pareciam ser um estratagema para justificar despesas que, segundo a advogada, eram, na verdade, desvios de recursos. Os contratos oficiais com a empresa do empresário totalizaram mais de R$ 1,6 milhão e eram apresentados como obras emergenciais em assembleias já agendadas, que ignoravam o fato de que os acordos haviam sido firmados previamente.

Reações e desdobramentos legais

A defesa da ex-síndica, representada pela advogada Roberta Modena Pegoretti, afirma que todas as ações de gestão foram aprovadas em assembleias, contanto com a participação dos moradores. O empresário envolvido também negou as acusações e alegou que os contratos eram válidos, reforçando que as acusações contra eles são falsas e parte de uma tentativa de desestabilizar o seu negócio.

Assembleias e restrições impostas aos moradores

De acordo com a defensora do condomínio, o clima entre os moradores deteriorou-se tanto que foi necessário judicializar a questão. Em um processo, o juiz Ricardo Fernandes Pimenta Justo garantiu que os moradores tivessem direito a se reunir em áreas comuns, permitindo que pudessem discutir sobre a administração do edifício sem a autorização da síndica, que havia restringido essas reuniões anteriormente.

Após o afastamento da síndica, uma nova administradora assumiu o cargo e iniciou uma auditoria independente. O resultado dessa auditoria corroborou as suspeitas de fraudes na gestão anterior, trazendo à tona mais evidências sobre como o condomínio foi tratado como uma “fonte ilícita de arrecadação pessoal” por parte da ex-síndica e do empresário.

Perspectivas futuras e posicionamentos das partes envolvidas

Atualmente, o caso está em trâmite na Justiça, com duas ações civis em andamento e uma investigação policial sobre a prática de estelionato. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) está realizando diligências para elucidar os fatos, o que representa um passo importante para a recuperação da confiança entre os moradores do condomínio.

A advogada Roberta Pegoretti, que representa a ex-síndica, veio a público para desqualificar as acusações, afirmando que tudo não passa de “narrativas levianas”. Para ela, um pequeno grupo de moradores estaria utilizando essas alegações para desacreditar sua cliente. Por outro lado, a empresa do empresário envolvido juntou documentação para refutar as acusações e demonstrar a regularidade dos contratos firmados.

Esse caso expõe não apenas práticas de má gestão e desvio de dinheiro, mas também levanta questões sobre a governança condominial no Brasil, onde a transparência e a prestação de contas são fundamentais para a convivência pacífica e harmoniosa entre os moradores.

Enquanto a situação se desenrola nas esferas jurídicas,fica a lição aos condôminos sobre a importância de fiscalizar e participar ativamente das decisões administrativas, prevenindo que casos como este voltem a ocorrer no futuro.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes