No último sábado (6), a Prefeitura do Rio de Janeiro desvelou um novo protótipo de barracas que serão utilizadas pelos vendedores de praia do município. Criado com inspirações no design das pipas, esse novo modelo promete revolucionar a experiência tanto para os barraqueiros quanto para os frequentadores das praias cariocas. Além disso, um sistema de monitoramento de som está sendo testado para avaliar a poluição sonora gerada pelos quiosques, buscando garantir mais conforto para os moradores da orla.
Inovação e funcionalidade das barracas
As novas barracas são fabricadas em um material leve, semelhante ao utilizado na confecção de paraquedas para kitesurf, e possuem a vantagem de serem dobráveis, permitindo que se acomodem dentro de uma mochila. A Prefeitura estima que cerca de 1,3 mil barraqueiros recebam uma unidade gratuita desse novo modelo. O prefeito Eduardo Paes ressaltou que a intenção é que essas barracas causem pouco impacto visual, preservando a estética da praia, um local muito querido pela população carioca.
“A praia é um lugar especial da cidade, onde as pessoas podem se divertir. Queremos que a praia mantenha seu colorido, e o material usado é leve e bonito, além de atender necessidades práticas como carregamento de celulares e máquinas de cartão através de placas solares”, afirmou Paes.
Preocupações e ajustes com o protótipo
Apesar da novidade, o lançamento do protótipo gerou algumas dúvidas, principalmente em relação à sua estabilidade. Paulo Juarez, presidente da Associação dos Barraqueiros do Rio, se manifestou preocupado ao ver a barraca balançar e cair durante a demonstração. “Gostamos do protótipo, mas é importante ressaltar que ele ainda não é definitivo. Estamos planejando algumas melhorias para aumentar a resistência da estrutura”, declarou.
Monitoramento de poluição sonora
Outro destaque do evento foi a apresentação de um sistema de monitoramento de som, que busca coibir a poluição sonora gerada pelos quiosques. Os novos sensores inteligentes serão capazes de medir o volume de som dentro dos estabelecimentos e como esse som se propaga para os prédios vizinhos. Caso os níveis de ruído ultrapassem os limites estabelecidos, um alerta será enviado automaticamente para o Centro de Operações Rio (COR).
Atualmente, 92 quiosques da orla estão utilizando este equipamento, que ainda se encontra em fase de testes. A intenção é que a música ao vivo continue a ser uma atração, mas dentro de normas que evitem incômodos aos moradores da região. João Marcello Barreto, presidente da Orla Rio, destacou que “o sistema possui inteligência artificial capaz de medir, em tempo real, quantos decibéis estão sendo emitidos por cada quiosque e até os decibéis que chegam às casas dos moradores.”
Regulamentação e fiscalização
O novo modelo de barracas e o sistema de monitoramento de som fazem parte de iniciativas que visam atender ao decreto municipal publicado em maio deste ano, que regula o ordenamento na orla carioca. A fiscalização continua a cargo da Guarda Municipal e da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), que estão autorizadas a aplicar multas ou até mesmo cassar alvarás em casos de reincidência de infrações.
“Já existe um protocolo interno da Orla Rio. Quando os dados são recebidos, o quiosqueiro é acionado via Whatsapp, e os agentes se deslocam até o local. Isso permitirá que a Prefeitura desenvolva um protocolo de ação que traga mais eficácia à fiscalização”, concluiu Marcus Belchior, secretário municipal de Ordem Pública.
A introdução dessas inovações visa não apenas modernizar o cenário das praias cariocas, mas também respeitar e promover um ambiente harmônico entre os frequentadores e os moradores locais, garantindo que todos possam desfrutar desse espaço público tão estimado.
