O governo dos Estados Unidos deu início a uma grande operação de deportação de imigrantes ilegais nesta sexta-feira (24). De acordo com a Casa Branca, 538 prisões foram realizadas e 373 mandados de prisão foram expedidos em uma megaoperação conduzida pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE). Além disso, centenas de imigrantes já teriam sido deportados, segundo informou a porta-voz Leavitt, embora não tenha sido especificado para quais destinos.
“O presidente Trump está enviando uma mensagem forte e clara para o mundo inteiro: se você entrar ilegalmente nos Estados Unidos da América, enfrentará consequências severas”, declarou Leavitt em uma publicação na rede social X.
A porta-voz destacou que as deportações foram realizadas em aeronaves militares, marcando, segundo ela, “a maior operação de deportação em massa da história”. No entanto, detalhes sobre os destinos e procedimentos dessas deportações não foram divulgados.
Brasileiros entre os deportados
Entre os deportados, está um grupo de brasileiros. Segundo a Polícia Federal, o primeiro voo com deportados brasileiros deve chegar a Belo Horizonte ainda nesta sexta-feira. O Itamaraty informou que o voo trará 158 deportados, sendo 88 brasileiros. Não há detalhes sobre a nacionalidade do restante dos passageiros, mas é possível que sejam latino-americanos de outros países.
Operação acelera processos de deportação
Uma reportagem do jornal The New York Times revelou que o governo Trump concedeu poderes ao ICE para realizar deportações instantâneas, incluindo o retorno imediato de indivíduos ao México logo após a entrada nos Estados Unidos. Tal prática, segundo especialistas, contraria leis internacionais e pode ter acelerado o processo.
A Casa Branca afirmou que todos os imigrantes detidos na operação tinham condenações na Justiça norte-americana, sendo a maioria sentenciada recentemente. No entanto, especialistas apontam que condenações judiciais por si só não justificam deportações automáticas. A legislação norte-americana estabelece que o retorno de imigrantes ilegais ao país de origem depende da gravidade do crime cometido, da solicitação de extradição pelo país de origem ou da negativa de pedido de refúgio.
Críticas à política de imigração de Donald Trump
As deportações realizadas pelo governo Trump já têm gerado críticas de organizações de direitos humanos, que apontam para a possibilidade de violações legais em processos de deportação rápida. Leis internacionais proíbem a devolução sumária de indivíduos para territórios onde podem estar em risco ou onde não tenham garantias legais adequadas.
A operação, segundo o governo norte-americano, reflete uma promessa de campanha de Trump de endurecer as políticas migratórias e intensificar o controle sobre os fluxos de imigração. Ainda assim, os métodos adotados continuam sob análise de organizações jurídicas e diplomáticas, que questionam a legalidade e a ética do procedimento.
O processo de deportação de imigrantes ilegais nos Estados Unidos envolve, tradicionalmente, negociações com os países de origem, tornando o procedimento burocrático e demorado. A decisão de utilizar voos militares para transportar os deportados representa uma escalada nas políticas migratórias e levanta preocupações sobre possíveis violações de acordos internacionais.