Entre os dias 3 e 6 de setembro, Roma foi palco do 26º Congresso Mariológico Mariana Internacional, que teve como tema “Jubileu e sinodalidade: uma Igreja com rosto e prática mariana”. O evento reuniu especialistas, estudiosos e participantes da Pontifícia Academia Mariana Internacional, que se dedicaram a debater o papel de Maria dentro da Igreja e sua relevância nos tempos modernos.
Reflexões sobre a Igreja e seu futuro mariano
A primeira audiência do Papa Leão XIV durante o congresso, realizada na Sala Paulo VI, destacou a importância da Academia como “um cenáculo de pensamento, de espiritualidade e de diálogo”. O Papa enfatizou que esta instituição tem o dever de coordenar os estudos mariológicos, fundamentais para entender a relação da Igreja com a figura de Maria.
Durante o evento, os participantes refletiram se uma Igreja com um rosto mariano é, de fato, um resíduo do passado ou se pode ser uma “profecia de futuro”, capaz de tocar os corações e as mentes dos fiéis. O Jubileu e a sinodalidade foram apresentados como categorias bíblicas essenciais para reinterpretar a vocação e a missão da Mãe do Senhor na atualidade.
Uma Igreja de coração mariano
O Papa Leão XIV, em seu discurso, apresentou uma visão profunda sobre o que significa ter uma Igreja com um coração mariano. Segundo ele, “uma Igreja de coração mariano preserva e compreende melhor a hierarquia das verdades de fé”. Ele argumentou que essa perspectiva ajuda a integrar elementos fundamentais da teologia, como razão e afeto, corpo e alma, além de unir o global e o local, a pessoa e a comunidade, a humanidade e o cosmos.
O líder da Igreja Católica destacou a importância de não evitar perguntas incômodas a respeito da fé, estimulando uma busca sincera por respostas que promovam o amor e o serviço ao próximo. “Uma pietas e uma práxis marianas orientadas a serviço da esperança e da consolação libertam do fatalismo, da superficialidade e do fundamentalismo”, ressaltou o pontífice.
A mensagem de esperança e a relevância da mariologia
Além disso, o Papa falou sobre como a Mariologia deve cultivar uma disposição entre o povo de Deus para “recomeçar” suas vidas a partir de Deus e das necessidades humanas. Com humildade e coragem, este recomeço é vital em tempos onde os desafios são grandes e complexos.
“Contemplar o mistério de Deus e da história com o olhar interior de Maria nos protege das mistificações da propaganda e da ideologia. Esta contemplação abre as portas para a gratuidade divina, que nos possibilita caminhar com as pessoas em direção à paz”, disse o Papa Leão XIV.
Ele ressaltou ainda que a Igreja necessita da teologia mariana mais que nunca, agradecendo e valorizando o trabalho e as iniciativas promovidas pela Academia Mariana ao longo dos anos. O Santo Padre finalizou seu discurso incentivando a promoção de um diálogo contínuo e frutífero em torno da figura de Maria, que pode servir como um farol de esperança e consolação em épocas de incerteza.
O evento reafirmou a importância da reflexão sobre os caminhos da Igreja, enfatizando que o futuro da cristandade pode se beneficiar enormemente de um olhar renovado sob a perspectiva mariana.
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