O Ibovespa encerrou esta sexta-feira em 142.640 pontos, um novo recorde, com alta de 1,17%, após superar a máxima registrada na semana passada. A valorização foi influenciada por um relatório de empregos nos Estados Unidos que mostrou criação de vagas muito abaixo do esperado em agosto, sinalizando desaceleração econômica no país.
Dados do mercado de trabalho nos EUA favorecem expectativas de cortes de juros
Segundo Felipe Sichel, economista-chefe da Porto Asset, a deterioração do mercado de trabalho reforça a possibilidade de o Banco Central americano reduzir os juros na reunião de setembro. “A inflação provavelmente determinará o espaço completo de manobra do Fed”, afirmou Sichel.
Impacto internacional e cenário doméstico
Apesar dos principais índices de Nova York terem fechado em leve queda, refletindo preocupações com a saúde da economia americana, o Brasil apresentou apetite por risco superior. Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital, explica que a alta do Ibovespa é resultado de um tripé: o fraco payroll nos EUA, dólar mais fraco e fluxo de investidores para mercados emergentes.
Movimentos cambiais e juros internacionais
O dólar, que atingiu uma mínima de R$ 5,38, fechou em R$ 5,4129, uma queda de 0,63%. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas, recuou 0,60%, para 97,755 pontos. Essa desaceleração do dólar global reforça o aumento do apetite por ativos de países emergentes, pressionando as taxas dos treasuries e ampliando o diferencial de juros.
Reação do mercado nos Estados Unidos
Na Bolsa de Nova York, o Dow Jones caiu 0,48%, aos 45.400,86 pontos, enquanto o S&P 500 recuou 0,32%, para 6.481,50 pontos. Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, destacou que o temor de uma desaceleração mais profunda levou a uma realização de lucros nos índices americanos.
Perspectivas futuras
O cenário externo deve continuar influenciando o mercado brasileiro, com a possibilidade de o Federal Reserve manter a postura de pausa ou até cortar juros em setembro. No Brasil, a expectativa ainda depende de dados domésticos, como inflação, atividade econômica e expectativas de mercado, para o próximo movimento do Copom na política de juros.
Para mais detalhes, consulte a reportagem completa no site do jornal O Globo.