Brasil, 6 de setembro de 2025
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LSD mostra resultados promissores no tratamento da ansiedade

Um estudo recente revela que o LSD pode reduzir sintomas de ansiedade, abrindo portas para novas terapias.

Um estudo realizado pela farmacêutica Mindmed revelou que o LSD pode ser eficaz na redução de sintomas de ansiedade em pacientes com transtorno de ansiedade generalizada. Os resultados, publicados na última quinta-feira, indicam que os benefícios do composto psicoativo podem durar até três meses. Essa pesquisa representa um avanço significativo na exploração de drogas psicodélicas como opções terapêuticas, especialmente considerando que o LSD foi banido nos EUA por mais de meio século.

Resultados do estudo e próximos passos

O estudo envolveu diversos pacientes que experimentaram doses variadas do LSD, focando em sua efetividade para tratar a ansiedade. Os resultados iniciais mostraram que os pacientes que receberam as doses mais altas experimentaram uma redução significativa nos níveis de ansiedade em relação ao grupo que recebeu o placebo. A Mindmed agora planeja realizar estudos adicionais para confirmar estes resultados e buscar a aprovação da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA).

O histórico de pesquisas com LSD remonta aos anos 1950. Naquela época, diversos estudos foram realizados, embora muitos não atendam aos padrões científicos contemporâneos. Segundo Frederick Barrett, diretor do centro psicodélico da Universidade Johns Hopkins, a nova pesquisa representa um passo importante rumo à revitalização deste campo, utilizando critérios modernos para avaliar os custos e benefícios do LSD.

A nova era da pesquisa com psicodélicos

Nos últimos anos, houve um ressurgimento no interesse por psicodélicos, com conferências e publicações acadêmicas dedicadas a explorar seu potencial no tratamento de condições como depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático. O FDA já classificou substâncias como psilocibina e MDMA como terapias potenciais de “impacto revolucionário”, baseando-se em resultados preliminares promissores.

Nesta nova pesquisa sobre o LSD, realizada e publicada no Journal of the American Medical Association, os pesquisadores adotaram uma abordagem mais simplista ao oferecer uma única dose do medicamento sob supervisão profissional, sem a combinação com terapias psicoterapêuticas. Esta estratégia pode ajudar a evitar algumas das complicações que cercaram pesquisas anteriores com MDMA, onde a interação entre o fármaco e a terapia dificultou a avaliação dos efeitos isolados do medicamento.

Impactos e possíveis limitações

A pesquisa incluiu quase 200 pacientes, com a principal meta de identificar a dose ideal do LSD. Após quatro semanas, os dados mostraram que 65% dos pacientes que receberam a dose de 100 microgramas apresentaram benefícios sustentados e quase 50% estavam em remissão após 12 semanas. No entanto, esse estudo não é isento de problemas; muitos pacientes conseguiram distinguir se haviam recebido LSD ou um placebo, o que comprometeu a validade da pesquisa.

Ainda assim, a Mindmed planeja continuar a pesquisa com dois grandes ensaios de fase avançada que acompanharão os pacientes por períodos prolongados. Se obtiverem sucesso, os resultados serão apresentados ao FDA para possível aprovação.

Crescimento do interesse em terapias psicodélicas

Recentemente, membros da administração do ex-presidente Donald Trump, como o Secretário de Saúde Robert F. Kennedy Jr., manifestaram interesse nas terapias psicodélicas, a possibilidade de uma avaliação rápida para veteranos e outros indivíduos com traumas psicológicos está em discussão. De acordo com os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, o transtorno de ansiedade generalizada afeta cerca de 3% da população adulta no país, reforçando a necessidade de novas abordagens terapêuticas.

Embora os tratamentos atuais incluam psicoterapia e medicamentos antidepressivos, a potencial inserção do LSD no arsenal terapêutico é uma questão que ainda depende de mais investigações. Se bem-sucedidos, os ensaios de Mindmed poderão estabelecer novas diretrizes para o uso medicinal do LSD, que já provou ser eficaz em tratamentos no passado, antes da proibição que se instalou na década de 1970.

O futuro da pesquisa com LSD e outras substâncias psicodélicas parece promissor, com mais organizações e pesquisadores revisitando esse campo em busca de novos tratamentos e soluções para condições mentais que afetam milhões de pessoas ao redor do mundo.

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