Nesta sexta-feira, 5 de setembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tomou uma decisão controversa ao assinar um decreto que altera o nome do Departamento de Defesa para Departamento de Guerra. O anúncio foi feito em uma transmissão ao vivo pelo canal da Casa Branca no YouTube e teve como pano de fundo um discurso sobre questões relacionadas à segurança nacional.
A motivação por trás da mudança
A alteração do nome já havia sido mencionada em vazamentos para a imprensa na quinta-feira, 4 de setembro. Trump havia deixado claro que a mudança era uma ideia que ele vinha considerando nos últimos dias. “Nós o chamamos de Departamento de Defesa, mas, entre nós, acho que vamos mudar o nome” afirmou o presidente antes do envio do decreto.
Durante a apresentação do novo nome, Trump comentou que a questão já vinha sendo discutida internamente e mencionou atos recentes de força militar. Um exemplo foi a ofensiva americana contra instalações nucleares no Irã no dia 21 de junho deste ano, em resposta a ataques diretos que o país oriental havia realizado contra Israel. “Foi um ataque perfeito e destruiu qualquer possível capacidade nuclear do Irã, o que ninguém queria ver. E nós não íamos tolerar isso”, disse o presidente, reafirmando sua postura enérgica em relação à segurança dos EUA.
A tradição histórica do Departamento de Guerra
Trump argumenta que a nomenclatura “Departamento de Guerra” resgata uma tradição histórica dos Estados Unidos, lembrando que foi assim que o país atuou durante a Segunda Guerra Mundial. Ele ressaltou: “Vencemos a Primeira Guerra Mundial, a Segunda Guerra Mundial — chamava-se Departamento de Guerra e, para mim, é isso mesmo. A defesa faz parte disso, mas tenho a sensação de que vamos mudar”. Essa afirmação parece refletir uma intenção de fortalecer a imagem militar do país e reforçar uma narrativa de unidade nacional em tempos de conflitos.
A criação do Departamento de Defesa
O Departamento de Defesa foi oficialmente criado em 1947 durante a presidência de Harry Truman, como parte de uma reorganização na estrutura governamental que buscava unificar as forças armadas sob um mesmo comando. Antes disso, o país já contava com o antigo Departamento de Guerra, que agora é restabelecido na nomenclatura, mas não em suas funções e estrutura.
Desde sua criação, o Departamento de Defesa tem sob sua responsabilidade a coordenação das Forças Armadas dos Estados Unidos, com sede no famoso Pentágono. Essa nova renomeação, portanto, não altera a função do departamento, mas provoca um debate sobre a comunicação do governo e a mensagem que ele pretende passar ao povo americano e ao mundo.
Repercussões e críticas
A mudança de nome não foi bem recebida por todos os setores. Especialistas em política internacional e defensores da paz expressaram preocupação com a militarização da política americana, temendo que a nova nomenclatura possa incitar um aumento nas tensões internacionais e influenciar negativamente as relações diplomáticas do país.
Além disso, membros da oposição criticaram a decisão como uma forma de desviar a atenção de questões internas complicadas, como a pandemia de COVID-19 e a crise econômica. Atualmente, muitos cidadãos estão mais preocupados em garantir a saúde e segurança dentro das fronteiras do país do que em questões militares no exterior.
Independente das controvérsias, a mudança de nome do Departamento de Defesa para Departamento de Guerra reflete uma postura mais agressiva e militarista do governo Trump. Enquanto a administração tenta se apresentar como forte e decidida diante dos desafios globais, o futuro das relações internacionais dos Estados Unidos poderá ser afetado por essa nova abordagem.
Com a mudança, é certo que novos debates e discussões sobre a política de defesa americana surgirão, especialmente em um cenário de constantes mudanças e tensões no âmbito global.
