Um incêndio de grandes proporções atingiu a região do Parque do Jalapão, no Tocantins, causando a destruição de uma significativa área de capim dourado, uma planta essencial para o artesanato local. O fogo se aproximou do Quilombo Mumbuca, localizado em Mateiros, e sua ocorrência, relatada por moradores da comunidade, começou na quinta-feira (4). Essa tragédia não somente ameaça o ecossistema local, mas também a subsistência de muitas famílias que dependem do capim dourado para produção de artesanatos e sua comercialização.
O impacto do incêndio na comunidade
O capim dourado, utilizado para confeccionar produtos artesanais, representa uma importante fonte de renda para a comunidade, onde cerca de 300 famílias dependem diretamente dessa matéria-prima. Marcos Felipe da Silva, um brigadista e filho de uma artesã local, expressou sua preocupação ao g1, afirmando que ver o capim dourado queimando foi um momento de “muita dor e sentimento de raiva, injustiça por parte de quem pôs o fogo”.
Como o incêndio se alastrou rapidamente devido às dificuldades de acesso, a brigada municipal foi chamada para conter as chamas, que foram detectadas por imagens de satélite. No entanto, a distância de aproximadamente 80 km até Mateiros, somada ao estado precário das estradas, dificultou a chegada dos brigadistas. Quando chegaram ao local, o fogo já havia consumido uma parte significativa do campo de capim dourado.
A luta dos brigadistas e a situação atual
Apesar das dificuldades enfrentadas, a equipe de brigadistas conseguiu controlar o incêndio em cerca de duas horas, evitando que o fogo se espalhasse ainda mais. “A linha do fogo tinha entre 5 a 6 km de distância”, relatou Marcos Felipe. Graças à rápida intervenção, o impacto do incêndio poderia ter sido muito pior, mas a ferida na região continua aberta.
A colheita do capim dourado se aproxima, com início previsto para o dia 20 de setembro e continuidade até meados de novembro. A destruição causada neste incêndio não apenas coloca em risco a colheita, mas também a tradição e a cultura da comunidade Mumbuca, que se vê ameaçada em seu sustento.
Histórico de incêndios na região
Infelizmente, o Parque do Jalapão tem um histórico de incêndios. No ano passado, diversas áreas ao redor das famosas Dunas sofreram incêndios, resultando na proibição de visitações em decorrência da cortina de fumaça que encobriu a região. Em setembro de 2023, um campo de capim dourado em Caetano/Faveira também foi atingido por um incêndio, colocando em evidencia a vulnerabilidade dessa área rica em biodiversidade.
Estes incêndios não apenas afetam a sobrevivência econômica da comunidade quilombola, mas também a diversidade ecológica do Jalapão, que é reconhecida por sua beleza natural e sua importância como atrativo turístico. Com a crescente incidência de incêndios, a preocupação sobre a preservação da flora e fauna da região se intensifica.
A expectativa de resposta e medidas futuras
O g1 solicitou mais informações sobre as ações de combate a incêndios da instituição Naturatins, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. A comunidade espera que medidas preventivas sejam implementadas para evitar novos desastres e preservar seu modo de vida, além de garantir a proteção do meio ambiente local.
A triste realidade vivida pelo Quilombo Mumbuca é um alerta para a necessidade de maior atenção às questões de preservação ambiental e à valorização das comunidades que dependem da natureza para viver. As ações de combate a incêndios e a conscientização sobre a preservação da biodiversidade são fundamentais para a continuidade da vida e cultura no Jalapão.
A luta contra os incêndios e pela proteção da natureza continua e é urgente que todos se unam em favor da preservação do nosso patrimônio ambiental e cultural. A comunidade Mumbuca precisa de apoio e soluções eficazes para enfrentar os desafios que estão por vir.
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