O litoral da Paraíba enfrenta um desafio crescente: a erosão costeira, um fenômeno que afeta diversas praias do estado, diminuindo sua largura e colocando em risco infraestruturas críticas. Para combater essa questão, um projeto do Programa Estratégico de Estruturas Artificiais Marinhas (Preamar) propõe uma abordagem inovadora utilizando tecnologia oceanográfica através de Recifes Artificiais de Recrutamento Larval (RAs).
Os desafios da erosão costeira na Paraíba
Com o aumento do nível do mar e correntes fortes, a erosão costeira torna-se uma ameaça real e iminente. Segundo especialistas, o avanço das águas afeta não apenas o ambiente natural, mas também as instituições e a economia local, especialmente nas comunidades que dependem do turismo e da pesca. As medidas para mitigar esses problemas são urgentes, e o projeto Preamar se apresenta como uma solução viável e sustentável.
Como funcionam os recifes artificiais?
Os Recifes Artificiais de Recrutamento Larval (RAs) são estruturas submersas instaladas no mar que têm como objetivo monitorar a erosão e promover a biodiversidade marinha. Esses recifes utilizam a energia do ecossistema marítimo para monitorar as condições locais e entregar dados crus a pesquisadores que possam, assim, estruturar medidas eficazes de proteção.
Após a instalação, que envolve mergulhadores e tecnologia avançada, os RAs realizarão avaliações oceanográficas que vão analisar a movimentação das águas em regiões mais profundas. Usando um equipamento chamado ADCP (Acoustic Doppler Current Profiler), a equipe poderá entender melhor as dinâmicas de erosão e planejar cada vez mais as intervenções necessárias.
Inspeções regulares e monitoramento contínuo
“Serão realizadas inspeções subaquáticas trimestrais das estruturas artificiais para verificar sua integridade, conservação e localização, bem como dos processos sedimentares”, afirma o material do projeto Preamar.
Além das inspeções regulares, o monitoramento se estenderá por no mínimo um ano, com o objetivo de analisar como os RAs afetam a dinâmica da erosão e quais ajustes podem ser feitos para minimizar os danos ao ambiente e às praias.
Impactos esperados e áreas de instalação
A implantação dos RAs não só visa a mitigação da erosão, mas também promete revitalizar o ecossistema marinho, restaurar a biodiversidade e apoiar atividades pesqueiras. A primeira fase do projeto envolverá a instalação de 14 grupamentos de RAs em trechos de municípios como Lucena, Cabedelo, João Pessoa e Conde. Esses locais foram escolhidos criteriosamente, levando em conta fatores biológicos, físicos e as atividades humanas locais.
A profundidade das instalações varia entre 10 a 50 metros, sendo que cada um dos pontos contém cerca de 1 mil unidades de recifes, fabricados com concreto especial. O ambiente de trabalho inclui o uso de drones para georreferenciamento, permitindo uma abordagem científica e fundamentada.
A colaboração para a sustentabilidade
O projeto Preamar é resultado de uma parceria entre o Governo do Estado da Paraíba, através da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (Cinep), o Instituto Federal da Paraíba (IFPB) e diversos órgãos ambientais apoiadores, mostrando que a colaboração entre diferentes setores é a chave para enfrentar o desafio da erosão costeira na região.
Com essa iniciativa inovadora, a Paraíba não somente busca soluções para um problema urgente, mas também se torna uma referência em projetos de restauração ambiental. A integração de tecnologia de ponta no combate à erosão costeira promete não apenas preservar as paisagens naturais, mas também assegurar o futuro econômico e ecológico da região.
Conclusão
Iniciativas como a do Programa Preamar demonstram que é possível unir tecnologia, ciência e conservação ambiental em prol de um futuro mais sustentável. A erosão costeira é um desafio que afeta diretamente a vida das comunidades, mas com o engajamento de todos e a implementação de ações eficazes, a Paraíba pode se destacar na preservação de seu litoral.