Brasil, 5 de setembro de 2025
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Governo teme depoimento de Carlos Lupi na CPI do INSS

O ex-ministro da Previdência Carlos Lupi se prepara para depor na CPI do INSS, gerando apreensão no governo Lula.

O depoimento do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS está criando um clima de apreensão no governo federal. Lupi, que deixou o cargo em maio após um escândalo de fraudes em descontos previdenciários, recusou o treinamento de mídia e não parece estar se preparando adequadamente para os questionamentos que poderão ser feitos durante a comissão. Essa ausência de preparo é vista como um fator de risco, especialmente considerando seu distanciamento da atual gestão e seu atual afastamento do Palácio do Planalto.

A pressão sobre Carlos Lupi

O ex-ministro, que agora é presidente do PDT, é considerado um dos alvos principais do colegiado, visto que ele estava à frente do ministério quando o escândalo veio à tona. Durante sua gestão, nos anos de 2023 e 2024, os descontos associados se multiplicaram, agravando a situação. Embora aliados do ex-ministro que permanecem no governo tenham tentado criar um resumo com uma linha do tempo dos principais fatos, não há expectativa de que Lupi estude essa cronologia. Ele se mostrou tranquilo em relação à sua participação e é visto como uma figura imprevisível, o que gera ainda mais incertezas para os governistas.

Expectativas e responsabilidades

O receio de quem está dentro do governo é que seu afastamento por quatro meses faça dele uma presa fácil para confusões sobre datas e eventos, o que poderia ser explorado pela oposição. Os integrantes do Executivo enfatizam que seria crucial uma preparação adequada do ex-ministro para que ele possa lidar com uma série de perguntas que, inevitavelmente, decorrerão da sua audição. É importante lembrar que, ao deixar o ministério, Lupi saiu magoado com a forma como ocorreu seu desligamento, sendo demitido em um momento em que as denúncias ganharam força e a sua permanência se tornou insustentável.

Preocupações com o depoimento

Entre os principais pontos que a oposição provavelmente vai explorar na CPI estão as acusações de lentidão nas ações do governo em resposta ao escândalo e a percepção de que Lupi não tomou medidas necessárias para sinalizar ao público sobre os problemas. A expectativa é que sua apresentação na comissão ocorra em um ambiente hostil, onde a repetição de perguntas e a pressão poderão fazer parte do teste de resistência que enfrenta.

Lealdade a Lula

Apesar das preocupações, auxiliares do presidente Lula acreditam que Lupi é leal ao governo e que não agirá com intenções negativas, mesmo diante dos questionamentos. Ele reafirmou que Lula será seu candidato à Presidência em 2026, o que pode ser interpretado como um sinal de sua disposição em colaborar. Contudo, as nuances de sua relação com o atual governo e sua posição na CPI estão longe de serem claras.

A composição da CPI e seus desafios

A composição do colegiado da CPI também tem sido considerada um início desastroso para o governo. Os dois postos-chave estão ocupados por opositores: a presidência está sob o comando do senador Carlos Viana (Podemos-MG) e a relatoria é de responsabilidade do deputado Alfredo Gaspar (União-AL). Auxiliares de Lula cogitaram estabelecer um contato inicial, mas foram aconselhados a evitar qualquer aproximação com esses parlamentares, que se alinham ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

O depoimento de Lupi está agendado para a próxima segunda-feira, às 16h, e a expectativa é alta no Planalto. A palavra do ex-ministro pode ser decisiva tanto para a recuperação de sua imagem quanto para a continuidade do clima político que envolve o governo atual. Os debates que surgirem a partir desse depoimento vão, sem dúvida, ressoar na relação entre o governo Lula e a oposição, impactando as próximas etapas da gestão federal.

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