Teresina, 31 de janeiro de 2025
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Rafael Fonteles seria o homem certo na hora errada?

O Ministério da Fazenda é apontado como o centro das atenções devido aos desafios econômicos que o Brasil enfrenta. Haddad tem sido alvo de críticas, e a possibilidade de sua substituição tem alimentado especulações sobre novos nomes para o cargo.
Governador do Piauí, Rafael Fonteles, ao lado de Lula. Foto: Reprodução

Na agitação do café do Senado, um nome inesperado despontou entre especulações sobre a reforma ministerial planejada por Lula: o governador do Piauí, o petista Rafael Fonteles. Jovem, articulado, com bom desempenho nas redes sociais e com experiência como ex-secretário de Fazenda e liderança no Consefaz, Rafael Fonteles foi, pelo menos, lembrando como uma possibilidade no tabuleiro da política nacional.

Mas, afinal, poderia ele se tornar o “FHC” deste momento de crise?

A comparação com Fernando Henrique Cardoso, destacada durante a conversa entre senadores, não é acidental. FHC, em 1994, ascendeu à presidência no rastro do Plano Real, uma reforma econômica que deu respostas concretas à hiperinflação. Naquele momento, sua competência técnica tornou-se uma ponte para um protagonismo político que parecia improvável até então. Hoje, em um Brasil novamente marcado pela instabilidade econômica, surge a dúvida: pode o futuro repetir o passado?

A efervescência do cenário político

Ministério da Fazenda é o epicentro

É sempre a economia que muda o jogo de forma mais rápida na política. A atual conjectura política coloca Fernando Haddad, ministro da Fazenda, no olho do furacão. Embora reconhecido por sua capacidade técnica, ele tem enfrentado dificuldades para trazer resultados econômicos visíveis. Entre especulações de sua substituição, surgem opções que vão de figuras já consagradas, como Ciro Gomes – rechaçado por hoje exercer uma oposição ferrenha ao PT e ao próprio presidente Lula – a apostas mais ousadas, como Rafael Fonteles.

Um dos presentes na roda de conversa do Senado foi taxativo: “Rafael seria uma escolha técnica e com carisma, mas não largaria o cargo de governador para assumir o ministério.” Essa afirmativa revela o dilema de Fonteles se convite se acontecesse: ao mesmo tempo em que representa a renovação necessária para a esquerda e o PT, sua posição atual como governador limita as possibilidades de assumir uma pasta tão sensível. Como ficaria o projeto local no Piauí?

Além disso, sua visibilidade nacional ainda é restrita, o que dificultaria sua aceitação em um cenário político fragmentado.

O precedente de FHC

O contexto que levou Fernando Henrique ao Planalto é emblemático. Antes da estabilização econômica proporcionada pelo Plano Real, FHC era um intelectual respeitado, mas não uma figura com apelo eleitoral. Foi a combinação de competência técnica e uma crise que demandava soluções imediatas que o transformaram em presidenciável.

Rafael Fonteles, apesar de reunir alguns atributos semelhantes, não dispõe de uma “âncora” política como o Plano Real foi para FHC. A economia, atualmente, carece de medidas com impacto estrutural similar e, sobretudo, de uma liderança capaz de catalisar essas mudanças no imaginário popular.

O homem certo na hora errada?

Por mais que o nome de Fonteles represente renovação, o momento político pode não estar a seu favor. Como governador, ele enfrenta o dilema de abandonar um projeto de gestão local para arriscar uma transição nacional. A comparação com FHC levanta uma questão pertinente: seria o próximo presidenciável alguém que conseguisse, como ele, traduzir em carisma político a credibilidade técnica?

O Brasil precisa de respostas concretas para crises cíclicas que teimam em corroer a confiança da população em suas lideranças. No entanto, como bem aponta a história, momentos de instabilidade também criam oportunidades únicas. A pergunta que paira é se Rafael Fonteles teria coragem — e condições — de se lançar ao desafio.

A política brasileira, afinal, é um terreno fértil para surpresas. Se Fernando Henrique despontou em um cenário improvável, talvez ainda vejamos novos nomes se moldarem às demandas de um Brasil que clama por estabilidade. Por enquanto, são especulações.

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