Os preços da indústria nacional caíram 0,30% em julho, na comparação com junho, que já havia mostrado uma queda de 1,27%. Essa desaceleração representa a sexta variação negativa consecutiva, após uma sequência de 12 meses de resultados positivos, que ocorreram entre fevereiro de 2024 e janeiro deste ano. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado dos últimos 12 meses, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) apresenta uma alta de 1,36%, enquanto o acumulado do ano até julho é negativo, com uma queda de 3,42% nos preços.
Compreendendo o IPP
O Índice de Preços ao Produtor é fundamental para entender a economia nacional. Ele mede a variação média dos preços de produtos na “porta da fábrica”, ou seja, sem considerar impostos e frete, abrangendo 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação. O IPP é uma ferramenta que ajuda a monitorar a evolução de preços ao longo do tempo, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no Brasil.
Para a construção deste índice, o IBGE acompanha aproximadamente 2.100 empresas, coletando mensalmente cerca de 6 mil preços, que refletem as práticas comerciais mais habituais do setor.
Analisando a queda dos preços em julho
Em julho, 12 das 24 atividades industriais apresentaram variações negativas em seus preços em relação ao mês anterior. Em contraste, em junho, esse número foi ainda maior, com 14 atividades registrando preços médio menores em relação a maio.
Murilo Alvim, gerente do IPP, explicou que essa queda ocorreu em um “patamar menos intenso do que o observado em junho”. Ao analisar as atividades pesquisadas, Alvim notou um equilíbrio nas oscilações de preços, com algumas subindo enquanto outras caíam.
Setores industriais que impactaram o IPP
Diversos setores influenciaram o resultado do IPP em julho, sendo os principais:
- Alimentos: -0,33 ponto;
- Metalurgia: -0,11 ponto;
- Indústrias extrativas: -0,10 ponto;
- Fabricação de máquinas e equipamentos: -0,06 ponto.
Alvim destacou que a queda nos preços dos alimentos foi a principal responsável pela queda do IPP, afirmando que “excluindo os alimentos, as demais atividades tiveram, somadas, uma influência positiva de 0,03 ponto”. Isso indica que a inflação negativa do IPP em julho foi majoritariamente causada pela diminuição dos preços no setor alimentício.
Essas informações trazem à tona a fragilidade do setor industrial brasileiro neste momento, com a necessidade de atenção especial tanto por parte de empresários quanto de formuladores de políticas econômicas. O controle sobre os preços dos alimentos torna-se essencial para estabilizar a inflação e o crescimento do setor produtivo.
Enquanto isso, as indústrias de transformação e extrativas também enfrentam seus próprios desafios e a contribuição mista de seus preços sugere a necessidade de um olhar mais atento para dinâmicas de mercado e políticas de incentivo. Com o cenário econômico brasileiro ainda instável, é crucial que a indústria se adapte e inove para superar essa fase desafiadora.
Com esses dados, fica evidente que a recuperação do setor industrial é uma questão fundamental para a saúde da economia brasileira, exigindo uma resposta dos setores públicos e privados para implementar medidas que promovam a estabilidade e crescimento contínuo.