O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado Federal, tem se tornado uma presença constante nas agendas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Rodrigo Pacheco e a corrida pelo governo de Minas
Desde que deixou a presidência do Senado em fevereiro deste ano, Pacheco vem sendo incentivado por Lula a mirar na Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves. Contudo, uma ala do PT mineiro manifesta ceticismo quanto à viabilidade da candidatura do senador, especialmente em face da influência de Cleitinho (Republicanos-MG) no estado – uma questão levantada na coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles.
Intenção de voto para governador de Minas
Recentemente, uma pesquisa realizada pelo Instituto Quaest revelou que Pacheco ainda enfrenta dificuldades em desbancar concorrentes fortes no estado. O levantamento aponta Cleitinho na liderança com 28% das intenções de voto, seguido pelo ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PDT), com 16%. Rodrigo Pacheco aparece com apenas 9%, enquanto Mateus Simões (Novo) marca 4%. Vale ressaltar que o atual governador, Romeu Zema (Novo), não poderá disputar novamente o cargo, mas sua popularidade, com 55% de aprovação e 35% de desaprovação, pode influenciar a próxima eleição.
Pacheco e Lula: colaboração política
A relação entre Pacheco e Lula tem se intensificado. Neste ano, o presidente já visitou Minas Gerais em diversas ocasiões, sempre com a presença do senador, onde Lula reiterou seu apoio à candidatura de Pacheco. Durante um evento em Montes Claros em abril, a militância já clamava por “Pacheco governador”. O senador, por sua vez, tem se posicionado sobre a importância da estabilidade democrática e legislativa no país.
Nos encontros, ambos trocaram elogios. Em uma declaração, Lula afirmou: “Depois desse governador que eu não vou falar o nome [Romeu Zema], esse estado não merece Nikolas ou Cleitinho. Não merece.” Pacheco, por sua vez, destacou a necessidade de reconstrução do estado em um discurso focado no diálogo e em oposição ao que chamou de “negação”.
Críticas à família Bolsonaro
A declaração de Pacheco promoveu uma reviravolta em seu tom político, aproximando-se da retórica de Lula. Em agosto, o senador fez críticas diretas à família Bolsonaro, especialmente ao deputado Eduardo Bolsonaro, que se encontra fora do país. Ele enfatizou: “Brasileiro que ousa ir para o exterior para trabalhar contra o país é traidor da pátria.”
“Essa bandeira do Brasil não é para enxugar suor de fascista. A bandeira do Brasil é o símbolo nacional que pertence a todos nós”, declarou Pacheco.
Com o apoio de ministros próximos a Lula, como Jader Barbalho Filho (Cidades) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), Pacheco surge como um candidato natural para a disputa pelo governo mineiro.
Estratégia petista para 2026 e Minas Gerais
A estratégia do PT para 2026 inclui formar alianças com candidatos competitivos em estados-chave, mesmo que isso comprometa a apresentação de candidaturas próprias em algumas situações. Minas Gerais, sendo o terceiro maior colégio eleitoral do Brasil, posiciona Pacheco como uma opção central nessa estratégia.
À medida que a corrida eleitoral se intensifica, os apoiadores de Pacheco e Lula continuam a acompanhar de perto as novas movimentações políticas, cientes de que o cenário pode mudar rapidamente até as eleições. A expectativa é que Pacheco amplie sua popularidade e busque consolidar sua posição como um forte candidato ao governo de Minas Gerais.