Nesta terça-feira (10), Donald Trump voltou a fazer declarações que levantaram preocupações sobre sua postura autoritária. Em uma reunião com jornalistas, o ex-presidente afirmou, sem apresentar evidências, que o governador de Maryland, Wes Moore, teria elogiado seu trabalho nos bastidores, mas, publicamente, o qualificou como um “ditador”.
Repetição de declarações sobre ditadura e segurança
Na ocasião, Trump declarou: “A linha é que eu sou um ditador, mas eu consigo reduzir o crime”. Em seguida, sugeriu que essa atitude pode, de alguma forma, ser desejável: “Muita gente diz, você sabe, ‘se for o caso, prefiro ter um ditador’”. Apesar dessas afirmações, o próprio Trump reforçou: “Eu não sou um ditador. Sou uma pessoa com muito bom senso, inteligente”.
Resposta pública e reações
As declarações do ex-presidente despertaram forte repercussão nas redes sociais, onde críticos alertaram que suas palavras representam um afastamento perigoso da democracia. Um comentarista afirmou: “Trump não está mais escondendo: ele está vendendo a ditadura como um pacote, tentando convencer a população de que ceder a isso é uma solução, ‘entregar a democracia para acabar com o crime’”.
Doubling down e o risco de autoritarismo
Na segunda-feira, Trump já havia feito comentários semelhantes. Em um trecho divulgado por um perfil no X (antigo Twitter), ele disse que, enquanto fala de combate ao crime, a narrativa de que é um “ditador” é propagada por seus opositores. “Então, a linha é que eu sou um ditador, mas faço o trabalho de diminuir a criminalidade”, afirmou. Para ele, isso seria um ponto positivo: “Se for assim, eu prefiro a ideia de ter um ditador”.
Implicações e opiniões de especialistas
Especialistas alertam que esse tipo de discurso alimenta uma linha de raciocínio perigosa, que pode abrir caminho para autoritarismo. Segundo analistas, a postura de Trump configura uma tentativa de justificar medidas autoritárias sob o pretexto de segurança e ordem pública. “Este discurso é um sinal de que ele está normalizando ideias de controle extremo, o que é preocupante para a democracia americana”, comentou Maria Fernandes, doutora em Ciência Política.
Perspectivas futuras
Será fundamental acompanhar os próximos pronunciamentos de Trump, que, segundo analistas, parecem indicar uma estratégia de galvanizar seu eleitorado ao explorar temores de insegurança, enquanto desafia os limites democráticos tradicionais. Especialistas também enfatizam a importância de uma vigilância contínua da sociedade civil e das instituições para evitar o avanço de discursos que possam comprometer o Estado de Direito.
Para compreender melhor o impacto dessas declarações, leia também nossa análise sobre o papel do discurso político na democracia moderna aqui.