Brasil, 5 de setembro de 2025
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Missão brasileira nos EUA reforça relação com setor privado diante de tensões comerciais

As negociações entre Brasil e Estados Unidos continuam estagnadas, mas setores brasileiros apostam na aproximação com o setor privado para avançar

A comitiva empresarial brasileira que participou de reuniões nos Estados Unidos terminou a missão sem avanços concretos nas negociações comerciais entre os dois países. Para José Velloso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o caminho neste momento é intensificar as relações com os clientes norte-americanos, que permanecem otimistas mesmo diante do cenário de tensões.

Tarifas e o desafio de um acordo político

Segundo Velloso, a resolução das tarifas passará obrigatoriamente por um acordo comercial que envolva contatos diplomáticos de alto nível e questões políticas. “A solução das tarifas passará obrigatoriamente por um acordo comercial. Será necessário iniciar um contato diplomático de alto nível e atender às questões políticas. A questão é política”, afirmou.

Em agosto, as exportações brasileiras para os Estados Unidos caíram 18,5%, reforçando o impacto das tensões comerciais, como aponta relatório recente. Ainda, em entrevista à Eliane Oliveira, Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), destacou que o diálogo entre governos é o único caminho para aliviar as tensões. Os Estados Unidos condicionam a retomada de negociações à discussão sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o fim ao tarifão de Trump.

Setor têxtil aposta na diplomacia privada

A equipe da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) também participou das reuniões no Departamento de Comércio dos EUA, no USTR. Segundo Fernando Pimentel, presidente da Abit, o processo não será fácil devido às motivações por trás do aumento de tarifas.

“Nossa agenda é continuar estabelecendo pontes com o setor privado e com o setor governamental, mostrando a falta de razoabilidade em relação ao tarifário de 40 pontos percentuais, além dos 10 já aplicados a todos os países”, afirmou Pimentel. Ele ressaltou que as decisões do governo americano no curto prazo continuarão influenciando esse cenário, e que será necessário adotar uma “paciência estratégica”, incluindo negociações e diplomacia privada.

Participação na feira em Nova York e perspectivas

Durante a feira têxtil Coterie, em Nova York, que ocorrerá em setembro, 40 empresas brasileiras participarão do evento. Pimentel destacou que, apesar das dificuldades, o otimismo das empresas permanece, pois elas continuam confiantes na importância do mercado norte-americano e na demonstração de força por meio da presença na feira.

“As empresas estão otimistas, pois confirmaram participação mesmo depois do tarifão”, observou Pimentel. A expectativa é que o evento seja um momento para avaliar melhor como as relações comerciais podem se ajustar diante das tarifas e das condições políticas atuais.

Para especialistas e representantes do setor, a aproximação com o setor privado é essencial na tentativa de manter uma relação comercial ativa enquanto as negociações políticas continuam estagnadas. O cenário exige, portanto, uma estratégia de paciência e diplomacia cuidadosa, até que haja uma evolução nas relações entre Brasil e Estados Unidos.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa.

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