Teresina, 5 de fevereiro de 2025
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Crimes cibernéticos, mudanças climáticas e desafios empresariais no Brasil

Pesquisa aponta preocupações com crimes cibernéticos e mudanças climáticas, segundo o Allianz Risk Barometer.
Crimes cibernéticos.

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Os crimes cibernéticos continuam sendo uma das principais preocupações das empresas em todo o mundo, e o Brasil não é exceção. De acordo com a 14ª edição do Allianz Risk Barometer, elaborada pela seguradora alemã Allianz, 41% das empresas brasileiras consideram a segurança cibernética como o maior risco para suas operações. No cenário global, quatro em cada dez empresas colocam o tema como prioridade, um salto significativo em relação a uma década atrás, quando apenas 12% das organizações tinham essa preocupação no radar.

Crimes cibernéticos torna-se um problema global

O avanço das tecnologias de inteligência artificial e a crescente digitalização dos negócios têm tornado as empresas mais vulneráveis a ataques cibernéticos, como invasões de sistemas, sequestros de dados e fraudes financeiras. O Allianz Risk Barometer revelou que o tema é uma prioridade não só no Brasil, mas também em países como Colômbia, África do Sul e Filipinas. No entanto, a preocupação é maior entre empresas do setor financeiro, de telecomunicações, tecnologia e serviços jurídicos.

No Brasil, o mercado de seguros relacionados a riscos cibernéticos ainda é incipiente, movimentando cerca de R$ 200 milhões por ano, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Em contrapartida, globalmente, o setor atinge US$ 17 bilhões em um mercado total de US$ 5,3 trilhões.

Segundo Roberto Lucio Ferreira, professor de administração da Universidade Mackenzie, o cenário brasileiro reflete os desafios de um mercado em desenvolvimento: “Empresas que analisam seus cenários operacionais e implementam políticas preventivas, como treinamentos e auditorias, estão mais preparadas para mitigar riscos. Contudo, muitas enfrentam barreiras estruturais e culturais que dificultam avanços rápidos”.

Mudanças climáticas e catástrofes naturais: impacto no Brasil

A pesquisa também destacou outros riscos globais que preocupam empresas, como mudanças climáticas e catástrofes naturais. No Brasil, 38% dos entrevistados indicaram mudanças climáticas como uma prioridade, enquanto 36% citaram catástrofes naturais, como inundações, grandes incêndios e secas.

Esses riscos não apenas afetam as cadeias produtivas, como também trazem impactos financeiros significativos para as empresas. Por exemplo, eventos climáticos extremos podem interromper operações, aumentar os custos de seguro e afetar a logística e o transporte.

“No Brasil, setores como agronegócio e energia têm avançado em estratégias de mitigação, mas a falta de políticas públicas consistentes impede avanços em maior escala”, afirmou Ferreira. Ele destacou que iniciativas no setor de energia renovável e florestas sustentáveis demonstram potencial para colocar o país em uma posição de liderança na resiliência climática, mas barreiras como infraestrutura limitada e instabilidade política ainda freiam o progresso.

Interrupção de negócios e instabilidade jurídica

Outro risco significativo apontado pelo Allianz Risk Barometer é a interrupção de negócios, que aparece como uma preocupação para 32% das empresas brasileiras. Esse risco inclui desafios como falhas nas cadeias de suprimento, pandemias e impactos geopolíticos, que ganharam destaque nos últimos anos devido à crise da Covid-19 e à guerra na Ucrânia.

A insegurança jurídica e legislativa também se destaca no Brasil, sendo uma preocupação para 25% das empresas ouvidas. Mudanças nas regras nacionais e internacionais, combinadas com instabilidade política, tornam o ambiente de negócios mais desafiador. “O Brasil enfrenta dificuldades históricas nesse campo, mas as empresas que operam em setores exportadores, como o agronegócio, têm se destacado na adaptação a essas condições”, observou Ferreira.

Setores que lideram no Brasil

Embora o cenário apresente desafios, há avanços significativos liderados por setores como agronegócio e energia renovável. Empresas voltadas para exportação e com operações globais demonstram maior maturidade em estratégias de mitigação de riscos. Iniciativas como o uso de energia solar e eólica, bem como práticas de manejo florestal sustentável, mostram que é possível alinhar crescimento econômico com resiliência climática e segurança operacional.

O levantamento do Allianz Risk Barometer deixa claro que as empresas brasileiras estão cada vez mais conscientes dos riscos globais e locais que afetam suas operações. Enquanto crimes cibernéticos lideram as preocupações, temas como mudanças climáticas, interrupções de negócios e insegurança jurídica também figuram como desafios críticos.

Para lidar com esses riscos, especialistas recomendam que as empresas invistam em estratégias proativas, como treinamentos, auditorias e diversificação de cadeias produtivas. Além disso, a colaboração entre setor privado e público será essencial para superar barreiras estruturais e criar um ambiente de negócios mais resiliente no Brasil.

Com o mercado global em constante transformação, o Brasil tem a oportunidade de se posicionar como líder em inovação e sustentabilidade, desde que consiga alinhar suas estratégias de mitigação de riscos aos padrões internacionais de excelência.

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