Brasília – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), destacou, nesta quarta-feira (22), a importância da assinatura do contrato de concessão da BR-381, conhecida como “Rodovia da Morte”, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em nota, Pacheco elogiou a iniciativa do governo federal, classificando-a como uma demonstração de respeito à grandeza de Minas Gerais.
Investimentos e segurança para a BR-381
Pacheco ressaltou que a concessão representa um marco na história de uma rodovia que, há décadas, registra altos índices de acidentes fatais. Ele reconheceu o empenho do governo federal, do ministro dos Transportes, Renan Filho, e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em viabilizar o projeto, que inclui investimentos para duplicação de trechos, instalação de áreas de escape e pontos de atendimento ao usuário.
“Após décadas de inação, o trecho concedido vai receber investimentos para se tornar seguro aos usuários e evitar mortes. Meu reconhecimento ao presidente Lula por sua atenção às necessidades de Minas Gerais”, afirmou Pacheco.
Pacheco e o Governo Lula
O senador, que tem reforçado sua aproximação com o Planalto, aproveitou para destacar o apoio do governo Lula em questões prioritárias para Minas Gerais, como a sanção do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). Proposta de autoria de Pacheco, a medida busca solucionar débitos bilionários de estados como Minas Gerais com a União.
Além disso, Pacheco mencionou o papel do governo federal na pactuação do acordo de Mariana, um tema sensível envolvendo reparações aos atingidos pelo desastre ambiental de 2015. “Esses são exemplos de altíssima relevância em que o governo federal mostrou compromisso com as demandas do estado”, pontuou o presidente do Senado.
Movimentações políticas e 2026
A atuação de Pacheco em parceria com Lula tem alimentado especulações sobre seu futuro político. Comentários sugerem que ele poderia assumir um ministério no governo federal, o que consolidaria sua posição para disputar o governo de Minas Gerais em 2026, objetivo compartilhado com Lula, que enxerga em Pacheco um potencial aliado para fortalecer o projeto petista no estado.
Ausência de Zema e repercussões
A cerimônia também foi marcada pela ausência do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que não compareceu ao Palácio do Planalto para a assinatura do contrato de concessão. A ausência gerou críticas diretas de Lula e Renan Filho.
Lula ironizou a postura de Zema, sugerindo que o governador deveria levar um “troféu” ao Planalto em agradecimento ao Propag, que inclui condições favoráveis para estados endividados. “O que nós fizemos pelos estados talvez só Jesus Cristo fizesse se concorresse à presidência da República”, alfinetou o presidente.
Renan Filho, por sua vez, classificou a ausência de Zema como um ato que “apequena” sua gestão. “Nunca nenhum governo deu tanta atenção a Minas quanto o do presidente Lula. O governador cobra investimentos, mas não aparece neste momento crucial. Isso mostra que sua cobrança é mais política do que pela obra”, criticou o ministro dos Transportes.
A importância da concessão
A BR-381, que liga Belo Horizonte a Governador Valadares, é uma das rodovias mais perigosas do Brasil. O contrato assinado prevê R$ 9,34 bilhões em investimentos, incluindo duplicações e melhorias que prometem transformar a estrada em um eixo de desenvolvimento para o estado.
O projeto é visto como um divisor de águas para a infraestrutura de Minas Gerais, um estado que frequentemente sente os efeitos da falta de investimentos em suas rodovias. Para Pacheco, a concessão da BR-381 é um exemplo de como a parceria entre o governo federal e lideranças locais pode resultar em avanços significativos.
A assinatura do contrato da BR-381 simboliza não apenas um avanço para a infraestrutura mineira, mas também um momento de realinhamento político. Enquanto Rodrigo Pacheco reforça sua aproximação com o Planalto, Romeu Zema adota uma postura de distanciamento, o que pode ter implicações para as eleições de 2026. Para Minas Gerais, a concessão representa uma oportunidade de reverter anos de abandono e transformar a “Rodovia da Morte” em um símbolo de progresso e segurança.