No início da manhã de quarta-feira, dia 3, o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, popularmente conhecido como TH Joias, foi preso durante uma operação conjunta da Polícia Federal, do Ministério Público do Rio (MPRJ), do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro. A ação resultou na detenção de ao menos 15 pessoas, todas ligadas a um esquema investigado por tráfico de drogas e armas, além de corrupção. TH Joias passou a noite na Penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira, Bangu 8, após ser levado para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, onde entrou no sistema penitenciário antes de ser transferido.
Operação e acusações
A operação que culminou na prisão de TH Joias faz parte de uma investigação abrangente que visa desmantelar redes criminosas ligadas ao tráfico de drogas e à venda de armas. O deputado é suspeito de atuar na compra de dólares para o traficante Luciano Martiniano, conhecido como Pezão, e de lavar dinheiro proveniente do crime organizado, especialmente de facções como o Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro (TCP). A prisão dele foi resultado de duas operações simultâneas, que tinham mandados expedidos tanto pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região quanto pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Durante o dia da operação, pelo menos 18 pessoas foram procuradas, e a polícia conseguiu prender 15 suspeitos. Entre os detidos, estão figuras importantes do crime organizado, como Gabriel Dias de Oliveira, conhecido como Índio do Lixão, apontado como um chefe do Comando Vermelho, responsável pelo fornecimento de armas de guerra.
Quem é TH Joias?
TH Joias é um deputado estadual que tinha uma carreira política em ascensão. Conhecido no meio político, seu nome começou a ser associado a práticas ilegais com as recentes investigações. Além da sua ligação com o tráfico de drogas, a atuação do deputado como intermediário entre facções criminosas e o tráfico de armas foi um dos pontos que chamou a atenção das autoridades. Os documentos também sugerem que ele poderia estar envolvido em negociações com policiais corruptos para obstruir investigações.
Outros envolvidos na operação
Outros suspeitos detidos na operação incluem o ex-secretário estadual e municipal Alessandro Pitombeira Carracena, que supostamente vazou informações sobre operações policiais, e Gustavo Steel, um delegado da PF, que é suspeito de ter repassado informações sobre mandados de prisão. Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, conhecido como Dudu, assessor de TH Joias, também foi preso por suas ligações com o tráfico e comércio ilegal de equipamentos antidrone. A lista de suspeitos também inclui vários policiais militares, que supostamente atuavam como segurança para TH Joias.
Reações e desdobramentos
Após a prisão de TH Joias, a defesa do parlamentar e dos demais detidos não se manifestou até o momento desta reportagem, e o site g1 está tentando estabelecer contato com os advogados dos envolvidos. A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) informou que prestou apoio às autoridades durante as investigações. Em uma declaração, a Alerj expressou seu compromisso em seguir acompanhando o caso e em atuar dentro dos limites legais.
O MDB, partido ao qual TH Joias era filiado, anunciou sua expulsão imediata diante das graves acusações. A decisão do partido reflete a seriedade das alegações e a busca por distanciar-se de práticas ilegais, reafirmando o compromisso com a legalidade e a transparência.
A expectativa é que TH Joias passe por uma audiência de custódia, nesta quinta-feira, dia 4, onde serão definidos os próximos passos legais. O desenrolar desse caso serve como um alerta sobre a necessidade de rigor no combate à corrupção e ao crime organizado, especialmente no âmbito político.
O caso continua em destaque nas notícias do estado, gerando discussões sobre a relação entre política e criminalidade e a necessidade de reformas para assegurar a integridade das instituições.
