Brasil, 4 de setembro de 2025
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Banco do Brasil avalia planos de contingência diante de possíveis sanções dos EUA

Banco do Brasil estuda medidas de resposta caso os EUA imponham sanções financeiras adicionais, incluindo desvio de transações internacionais

O Banco do Brasil está considerando planos de contingência caso o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos imponha sanções financeiras extras a seus clientes ou à própria instituição. Essas discussões ocorrem em um momento de crescente tensão político-econômica entre Brasil e EUA, e vêm à tona após sanções impostas ao ministros do STF, entre eles Alexandre de Moraes, atualmente sancionado sob a Lei Magnitsky.

Preparativos e estratégias diante das sanções americanas

De acordo com fontes familiarizadas com as discussões internas, o banco busca aconselhamento de escritórios de advocacia nos Estados Unidos e mantém interlocutores junto ao governo brasileiro para entender como as sanções americanas podem afetar o sistema financeiro brasileiro. Entre as possibilidades estudadas estão o deslocamento de determinadas transações em dólar, realizadas em Nova York e Miami, para outras unidades no exterior.

Medidas em análise e postura institucional

Executivos do banco já discutem alternativas, incluindo transferir indivíduos sancionados, como Moraes, para bancos públicos menores, como o Basa ou o BNB. No entanto, nenhuma decisão final foi tomada até o momento, já que as transações em dólar ainda precisariam ser reportadas ao Federal Reserve (Fed), que regula o sistema financeiro dos EUA.

O Banco do Brasil reforçou seu compromisso com a legalidade, afirmando que todas as operações são realizadas dentro do marco regulatório brasileiro e internacional. Em nota, a instituição declarou que “opera sempre em conformidade com as normas vigentes no Brasil e no mundo”.

Impacto potencial das sanções e contexto político

Se as sanções americanas contra Moraes e outras autoridades do STF se expandirem, as instituições financeiras brasileiras, incluindo o Banco do Brasil, deverão escolher entre cumprir as sanções ou seguir a legislação brasileira, que coloca o Brasil sob jurisdição própria. Essa possibilidade aumenta a preocupação no setor financeiro, que tem observado uma crescente pressão política e diplomática.

Desde a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes, há um mês, o banco tem sido alvo de campanhas de desinformação promovidas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Recentemente, a instituição ingressou na Procuradoria-Geral da República com uma queixa contra aliados do ex-presidente por disseminação de notícias falsas sobre os efeitos das sanções.

Reflexos na estabilidade financeira

As ações do Banco do Brasil, que lidera o mercado nacional, chegaram a cair até 3% após relatos de que os EUA estariam considerando novas sanções. Mesmo assim, as perdas foram parcialmente revertidas, demonstrando a volatilidade gerada pelo cenário político internacional.

Especialistas avaliam que a possibilidade de sanções mais severas representa um importante precedente, uma vez que, geralmente, o Office of Foreign Assets Control (Ofac) sanciona apenas figuras humanas ou entidades com processos encerrados. A eventual inclusão de juízes ou ministros com processos em andamento indicaria uma mudança de paradigma na política de sanções dos EUA, segundo Jeremy Paner, sócio do escritório Hughes Hubbard & Reed, em Washington.

Riscos e perspectivas futuras

Autoridades financeiras brasileiras estão atentas ao risco de que sanções a integrantes do STF possam se estender ao Banco do Brasil, que gerencia as folhas de pagamento do tribunal e de outros órgãos públicos. Parlamentares, como o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, já fizeram ameaças nesse sentido, evidenciando a sensibilidade do momento.

Enquanto isso, o governo Trump mantém uma postura ambígua, utilizando sanções econômicas e medidas comerciais para expressar sua posição frente ao julgamento de Bolsonaro. A discussão sobre possíveis restrições ao banco e aos ministros do STF reflete as complexas relações internacionais e internas em um cenário de alta instabilidade política.

Segundo analistas, caso as sanções se concretizem, as instituições financeiras brasileiras terão de equilibrar o cumprimento do direito local com as pressões externas, o que pode impactar significativamente a estabilidade do sistema financeiro nacional. O Banco do Brasil permanece atento às próximas movimentações e à possible expansão do quadro de sanções.

Mais detalhes sobre as estratégias do banco e as análises de risco podem ser acompanhados na fonte.

Economia, Brasil, Sanções internacionais, Banco do Brasil, STF, Política externa

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