Brasil, 4 de setembro de 2025
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China amplia ataque cibernético e rouba dados de quase todos os EUA

Ataque coordenado do grupo Salt Typhoon revela sofisticada operação chinesa que atingiu mais de 80 países, incluindo políticos americanos.

Uma ofensiva cibernética de larga escala, atribuída a um grupo conhecido como Salt Typhoon, foi identificada como a mais ambiciosa até agora pelo governo chinês, após um ano de investigações internacionais. O ataque, coordenado durante vários anos, comprometeu informações de mais de 80 países, incluindo dados de políticos de alto nível dos Estados Unidos, revelou uma declaração conjunta de autoridades de segurança nesta semana.

Capacidades chinesas de investigação reveladas por ataque sem precedentes

Segundo especialistas, o ataque do Salt Typhoon foi uma operação extensa que visou empresas de telecomunicações, setores governamentais, transporte, hospedagem e infraestrutura militar. As autoridades alertaram que os dados roubados poderiam ser usados pelos serviços de inteligência chineses para monitorar comunicações globais, incluindo políticos, espiões e ativistas.

“Hackers patrocinados pelo governo chinês estão mirand o redes mundialmente, não se limitando a setores específicos”, afirmou o comunicado. As ações foram descritas como “sem restrições” e “indiscriminadas”, envolvendo uma estratégia de longo prazo com elevada sofisticação técnica.

Alvos de alto valor, incluindo Donald Trump

As investigações indicam que os hackers tiveram como objetivo capturar comunicações de figuras políticas de destaque, inclusive telefones utilizados por Donald Trump e o vice-presidente JD Vance durante a campanha passada. Dados de empresas de telecomunicações também foram alvo de roubo, juntamente com vulnerabilidades antigas exploradas em redes de provedores de internet e empresas de transporte.

“Não acredito que tenha havido alguém poupado na amplitude desta campanha”, ressaltou Cynthia Kaiser, ex-funcionária do FBI. Ainda que não esteja claro se os dados das pessoas comuns foram armazenados ou acessados incidentalmente, o escopo do ataque foi mais amplo do que operações anteriores chinesas, que focavam em questões sensíveis de segurança e governo.

Nova era das capacidades cibernéticas da China

Especialistas avaliam que o ataque do Salt Typhoon marca o início de uma nova fase nas operações cibernéticas chinesas, que demonstram suas ambições de influência global. Este movimento acompanha o desfile militar em Pequim, onde jatos de combate, tanques e tropas desfilaram na Praça da Paz Celestial, reforçando o posicionamento estratégico da China.

“De muitas maneiras, o Salt Typhoon representa um novo capítulo para a China no campo digital”, afirmou Jennifer Ewbank, ex-diretora de inovação digital da CIA. Ela destacou que, há uma década, os ataques chineses eram rudimentares, voltados principalmente a roubo de segredos comerciais e informações pessoais.

Hoje, a operação envolve campanhas apoiadas pelo Estado, com alta complexidade técnica e sustentabilidade por anos, infiltrando-se na infraestrutura de mais de 80 países. As capacidades chinesas de espionagem estão agora em um nível que rivaliza com as de EUA e aliados, refletindo uma estratégia de longo prazo para dominar o campo de batalha digital.

Repercussões e resposta internacional

Autoridades de países como Reino Unido, Canadá, Finlândia, Alemanha, Itália, Japão e Espanha firmaram uma declaração conjunta que busca expor e constranger o governo chinês. Segundo análises, a operação não representa um sucesso isolado, mas parte de uma campanha contínua de ciberespionagem, que inclui ataques anteriores contra empresas americanas, como a Marriott, seguradoras de saúde e sistemas do governo.

Os investigadores também revelaram que o ataque do Salt Typhoon conseguiu invadir redes de empresas de tecnologia e provedores de internet desde 2019, utilizadas para conectar alvos de interesse. Entre eles, políticos de destaque, incluindo o ex-presidente Donald Trump, cujo telefone foi alvo de monitoramento.

Implicações globais e futuros desafios

De acordo com o especialista Jamie MacColl, do Royal United Services Institute, táticas de invasão e coleta de dados por anos indicam uma estratégia aprofundada de China para coletar informações que podem ser exploradas futuramente. “Se você é uma potência cibernética, faz sentido comprometer a rede global de comunicações”, afirmou.

Este movimento revela uma nova fase na guerra digital, na qual os Estados Unidos, Reino Unido e outros países também possuem vastas capacidades de espionagem, embora seus governos não tenham divulgado detalhes específicos sobre respostas ao ataque do Salt Typhoon até o momento.

A operação chinesa reflete uma preocupação crescente com seu impacto na segurança global e na soberania dos países afetados, além de colocar em evidência a evolução do cenário de ameaças cibernéticas internacionais.

Fonte: O Globo

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