Brasil, 4 de setembro de 2025
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Taxistas de Salvador enfrentam aumento de infartos na categoria

A morte de 17 taxistas em Salvador por infartos em apenas dois meses destaca uma crise de saúde na profissão.

A situação dos taxistas em Salvador é alarmante. Nos últimos dois meses, pelo menos 17 profissionais da categoria perderam a vida devido a infartos. O apelo por atenção à saúde mental e física dos motoristas é uma necessidade urgente, destacada pela Associação Geral dos Taxistas (AGT). “A gente não aguenta tanta pressão, o coração é fraco”, lamenta Denis Paim, presidente da AGT, ressaltando a complexidade enfrentada por esses trabalhadores que lidam com uma rotina estressante e longa.

O caso de Almir Pinto Bahia

Um dos casos mais recentes é o de Almir Pinto Bahia, de 46 anos, encontrado morto em seu veículo no Aeroporto de Salvador. Os colegas de profissão estranharam seu tempo excessivo de espera e, ao verificarem o que havia ocorrido, encontraram Almir com o ar condicionado ligado. A situação chocou a categoria, que está cada vez mais preocupada com a saúde mental e física dos motoristas.

Almir não era apenas um taxista, mas um homem que passava pelo estresse diário da profissão, rendendo homenagens em redes sociais que destacam seu caráter e dedicação ao trabalho. O reconhecimento por suas contribuições e o lamento pela perda são sentimentos compartilhados por muitos na comunidade de taxistas.

O impacto da pressão psicológica e saúde física

Os relatos sobre infartos não são casos isolados. Em Salvador, a AGT aponta que a rotina dos taxistas envolve longas horas de trabalho, muitas vezes sem pausas adequadas para descanso ou alimentação. Além disso, a pressão constante sobre a categoria, que se intensificou com a pandemia e o aumento da competitividade no setor, tem gerado um estresse acumulado que afeta diretamente a saúde dos motoristas.

Dados coletados sobre o impacto da saúde mental na categoria indicam que muitos taxistas enfrentam sintomas de ansiedade e depressão, devido à pressão financeira e à necessidade de atender a um grande número de passageiros. Essa sobrecarga emocional pode se manifestar fisicamente, como revela o triste número de infartos recentes.

O que está sendo feito?

Com o aumento dos casos de problemas de saúde entre os taxistas, a AGT começou a buscar parcerias com instituições de saúde para oferecer suporte psicológico e físico aos profissionais. Entre as ações propostas, estão palestras, workshops sobre gestão de estresse e exames de saúde regulares.

“Precisamos cuidar da saúde dos nossos motoristas. A prevenção é fundamental, e devemos oferecer condições melhores para que possam trabalhar sem riscos à saúde”, enfatiza Denis Paim. Esse tipo de atenção é crucial não apenas para a vida dos motoristas, mas também para garantir a segurança dos passageiros que utilizam os serviços de táxi na cidade.

Reflexão sobre a profissão

A profissão de taxista carrega em si uma série de desafios e responsabilidades. No entanto, é essencial que as demandas sejam equilibradas com cuidados adequados para os profissionais que atuam diariamente. O chamado para a ação é claro: é preciso humanizar a carreira, promovendo bem-estar e qualidade de vida àqueles que dedicam suas vidas ao transporte de pessoas.

É fundamental que os relatos de infartos não sirvam apenas como alerta, mas como um ponto de partida para mudanças dentro da categoria e nas políticas públicas que regulamentam o setor. A saúde dos taxistas deve ser uma prioridade, garantindo que esses profissionais voltem para casa saudáveis após suas longas jornadas.

O desafio está lançado: é hora de garantir que a saúde dos taxistas de Salvador seja tratada com a seriedade que merece, para que tragédias como as que ocorreram nos últimos meses não se repitam.

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