Brasil, 4 de setembro de 2025
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Militares réus na trama golpista pedem reserva e geram alívio no Exército

Transferências para a reserva de militares réus da tentativa de golpe trazem alívio para o comando do Exército Brasileiro.

O pedido do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, para ser transferido para a reserva não é um caso isolado. Desde que o processo da tentativa de golpe chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), outros militares envolvidos também solicitaram a saída da ativa, representando uma movimentação significativa dentro do Exército Brasileiro.

A situação dos militares envolvidos no golpismo

Um levantamento interno da Procuradoria-Geral da República (PGR) destacou que, dos 20 militares identificados como integrantes da tentativa de golpe, 16 solicitaram para deixar a Força. No entanto, segundo informações oficiais do Exército, todos esses militares já possuíam tempo suficiente de serviço para a reserva. Apenas Mauro Cid fez o pedido com base na cota compulsória, que permite a transferência de militares para a inatividade.

Dentre os 20 acusados, quatro coronéis permanecem em atividade: Helio Lima, Rodrigo de Azevedo, Ronald Araújo e Sérgio Cavalieri, todos vinculados às chamadas Forças Especiais (FE). Esses oficiais estão inseridos na terceira camada da denúncia da PGR, além de outros membros do Exército não alocados nas FE.

As consequências das saídas para o Exército

A avaliação dentro do Alto Comando é de que a saída desses oficiais é um alívio, pois ajuda a distensionar o ambiente com as alas mais radicais das Forças Armadas. Para a cúpula militar, isso abre espaço para a renovação, especialmente no caso de Mauro Cid, cuja situação será definida apenas em janeiro do próximo ano, de acordo com as regras do Exército.

O pedido de Cid foi interpretado como uma tática de defesa para reduzir a resistência do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que havia sugerido uma pena máxima de dois anos como parte de um acordo entre o ex-ajudante e a Polícia Federal. Vale lembrar que segundo o estatuto do militar, oficiais condenados a mais de dois anos de prisão enfrentam a possibilidade de perder a patente e ser considerados indignos da Força.

Táticas de defesa e alegações psicológicas

Durante o julgamento, a defesa de Cid apresentou a argumentação de que ele não teria mais “condições psicológicas” para continuar na ativa. Diferentemente dos demais acusados, que não trouxeram justificativas públicas ou privadas, a resposta da cúpula militar é que muitos deles não tinham a obrigação de se afastar da ativa, mas o clima dentro das Forças tornava sua permanência complicada.

A transferência para a reserva não implica necessariamente em isenção de eventuais punições que possam ser impostas pelo Superior Tribunal Militar (STM), uma vez que a Justiça Militar não está sob a competência do Comando do Exército.

O que resta para os militares na ativa?

Seus destinos e as decisões internas do Exército serão acompanhados de perto, principalmente na perspectiva de que a renovação da Força ocorre em meio a um ambiente tenso e politizado. O processo legal envolvendo os militares acusados de tentativa de golpe continua a se desenrolar, e a forma como o Exército gerenciar essa situação será crucial para sua imagem e integridade.

Além de cada oficial ter regras específicas que regulam sua capacidade de se aposentar, como o tempo de serviço e situação pessoal, alguns casos, como o de Mauro Cid, demandam avaliações mais sutis de condições e consequências para o futuro das Forças Armadas brasileiras.

A transição para a reserva de Cid e de outros oficiais não garante necessariamente uma limpeza da imagem do Exército diante da sociedade, mas pode ser vista como um passo necessário em um cenário de readequação institucional e estratégica.

Seguindo essa dinâmica, o Exército busca equilibrar sua composição, ao mesmo tempo em que enfrenta as repercussões jurídicas e sociais de uma era marcada por tentativas de desestabilização política e institucional.

Esse cenário traz implicações não apenas para o ambiente militar, mas também para a política brasileira em geral, onde as Forças Armadas têm um papel significativo. O que se observa agora é uma reavaliação das funções e responsabilidades dentro do Exército, e como essa estrutura se adaptará às novas exigências vigentes.

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