Brasil, 4 de setembro de 2025
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Proibição da venda de energéticos para menores de 16 anos na Inglaterra

A Inglaterra banirá a venda de bebidas energéticas para menores de 16 anos, visando melhorar a saúde infantil.

A Inglaterra tomará uma decisão significativa ao proibir a venda de bebidas energéticas, como Red Bull e Monster, para pessoas com menos de 16 anos. A medida tem como objetivo combater problemas de saúde como obesidade, dificuldades de sono e falta de concentração entre os jovens.

O impacto da proibição nas crianças

Especialistas em saúde, sindicatos de professores e dentistas celebraram a nova legislação, afirmando que ela representará um avanço significativo para a saúde das crianças e jovens. A proibição atende a uma promessa feita pelo Partido Trabalhista em seu manifesto para as eleições gerais do ano passado.

“Como podemos esperar que as crianças tenham um bom desempenho na escola se elas consomem diariamente o equivalente a um duplo expresso?”, questionou Wes Streeting, o secretário da saúde. Segundo ele, os efeitos das bebidas energéticas vão muito além do que muitos imaginam, afetando diretamente o sono, a concentração e o bem-estar das crianças.

Regras da nova lei

A partir da implementação da nova legislação, lojas, cafés, restaurantes e sites não poderão vender bebidas energéticas que contenham mais de 150mg de cafeína por litro para menores de 16 anos. Isso abrange produtos populares como Red Bull, Monster, Relentless e Prime Energy, obrigando os fabricantes a reformularem suas bebidas.

Para se ter uma ideia, uma lata de 250ml de Red Bull contém 80mg de cafeína, o que equivale a um expresso ou a duas latas de refrigerante. Bebidas que contêm quantidades menores de cafeína, como chá e algumas bebidas não alcoólicas, não serão afetadas pela nova legislação.

Ainda não está claro quando a proibição entrará em vigor, incluindo as vendas em máquinas de venda automática. O governo pretende efetuar essa restrição através de uma legislação secundária baseada na Lei de Segurança Alimentar de 1990.

Reações ao novo regulamento

Embora os supermercados tenham voluntariamente interrompido venda das bebidas para menores em 2018, algumas lojas de conveniência ainda permitem a compra por jovens. Produtos que contêm grandes quantidades de cafeína já apresentam rótulos de advertência, informando que são “não adequados para crianças”.

“Bebidas energéticas com alto teor de cafeína não têm lugar nas mãos das crianças. Essa é uma medida sensata e baseada em evidências para proteger a saúde física, mental e dental dos jovens”, afirmou Katharine Jenner, diretora da Aliança de Saúde da Obesidade. Jenner acrescentou que a proibição já demonstrou sua eficácia na redução do acesso a produtos prejudiciais, como acontece com a venda de álcool e tabaco.

Professores têm expressado preocupações sobre os efeitos das bebidas energéticas no comportamento das crianças em sala de aula, afirmando que muitos alunos ficam “saltando pelas paredes” após consumi-las a caminho da escola. A secretária da educação, Bridget Phillipson, destacou que a iniciativa ajudará a combater a “praga do mau comportamento nas salas de aula”, que é em parte causada pelos efeitos nocivos das bebidas energéticas.

De acordo com uma pesquisa do sindicato NASUWT, 71% dos professores se preocupam com o uso indevido de bebidas energéticas entre os alunos. “Essas bebidas geram uma situação em que os alunos não conseguem se concentrar e acreditam que é legal consumi-las”, comentou um docente. Outro acrescentou que “as bebidas energéticas dificultam o foco e a engajamento dos alunos, tornando-os mais barulhentos e agitados”.

Considerações sobre a efetividade da proibição

O secretário-geral do sindicato, Matt Wrack, alertou que, apesar da proibição, crianças menores de 16 anos ainda poderão obter as bebidas através de pais ou outros adultos, o que pode limitar a eficácia da nova lei.

Dentistas pediram que a proibição se estenda também a bebidas energéticas de zero e baixo teor de açúcar para combater a cárie dentária. “Produtos que são viciantes, altamente ácidos e que podem conter mais de 20 colheres de açúcar não deveriam estar disponíveis para crianças”, defendeu Eddie Crouch, presidente da Associação Britânica de Dentistas.

A professora Kawther Hashem, especialista em nutrição e pesquisa em saúde pública, afirmou que é fundamental que os agentes de fiscalização garantam a aplicação da proibição para que a mesma seja eficaz.

Por outro lado, Gavin Partington, diretor geral da Associação Britânica de Bebidas Refrescantes, ressaltou que as empresas não comercializam ou promovem as bebidas para menores e que os membros da associação já seguem um código de práticas para garantir isso.

“É essencial que qualquer regulamentação futura seja baseada em uma avaliação rigorosa das evidências disponíveis”, complementou Partington.

A proibição ocorre em um contexto de crescente preocupação em relação à saúde infantil, e espera-se que tenha um impacto positivo na vida das crianças na Inglaterra.

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