Teresina, 23 de janeiro de 2025
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Desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek impacta economia e rotina no Maranhão e Tocantins

Desabamento da ponte Juscelino Kubitschek entre Maranhão e Tocantins causa crise econômica e social na região.
Tragédia marcou o ano de 2025.

O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, que conecta as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), completou um mês, deixando um rastro de prejuízos econômicos, sociais e emocionais na região. A tragédia, que ocorreu no dia 22 de dezembro de 2024, não apenas interrompeu a principal via de transporte da BR-226, mas também causou uma paralisação significativa na economia local, afetando moradores e empresas que dependem do fluxo constante de veículos de carga.

Empresas à beira do colapso

Antes do desabamento, mais de 2 mil carretas trafegavam diariamente pela ponte, escoando produtos agrícolas como soja e milho de estados como Mato Grosso, Pará, Tocantins e Piauí. Após o acidente, cerca de 70% das empresas locais reportaram impactos negativos em suas operações, segundo a Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agronegócios das Micro, Pequenas e Médias Empresas de Estreito e Região (Acisape).

Setores como postos de combustíveis, lojas de material de construção e empresas de serviços relacionados ao transporte de carga foram os mais afetados. Bernardo Maciel, vice-presidente da Acisape, relatou que várias empresas estão reduzindo operações, demitindo funcionários ou transferindo atividades para outras cidades.

“Empresas estão migrando para cidades como Balsas e Araguaína para sobreviver. Postos de combustíveis, que antes vendiam até 50 mil litros por dia, hoje comercializam menos de 5 mil litros, impactando diretamente empregos e serviços locais”, destacou Maciel.

A luta por sobrevivência das empresas

O colapso afetou profundamente negócios dependentes do fluxo de caminhões, como oficinas, concessionárias e lojas de acessórios. Tiago Wendler, proprietário de uma empresa que presta serviços para veículos pesados, relatou que o faturamento caiu em 80%. “Estamos focados em manter a folha de pagamento, mas já tivemos que dar férias coletivas e reduzir gastos ao máximo para evitar demissões em massa.”

A mesma realidade é enfrentada por supermercados, açougues e restaurantes na região. Albert Pereira, dono de um açougue, viu suas vendas despencarem em 84%, já que seus principais clientes, como churrascarias e restaurantes, enfrentam queda na demanda.

Medidas de emergência

Empresários e associações locais ingressaram com uma ação civil pública pedindo ao governo medidas emergenciais, como a criação de um fundo de auxílio financeiro para famílias e empresas afetadas. Eles também demandam linhas de crédito com condições especiais para empreendedores prejudicados pela interrupção da atividade econômica.

O governo federal anunciou o repasse de R$ 793 mil para Estreito e R$ 397 mil para Aguiarnópolis, destinados a ações de defesa civil. Além disso, o Banco do Nordeste autorizou operações de crédito com prazos estendidos e carências de até 24 meses para auxiliar empresas em dificuldades.

Alternativa das balsas

Para mitigar os efeitos do desabamento, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) trabalha na implementação de balsas para transportar pessoas e veículos entre as duas cidades. No entanto, a operação depende da conclusão de obras de acessos e do atracadouro, além da obtenção de licenças da Marinha.

“As balsas entram em operação assim que os acessos forem concluídos. Esse serviço será essencial para minimizar os impactos enquanto soluções definitivas não são implementadas”, afirmou o Dnit.

Buscas por desaparecidos continuam

Das 17 pessoas desaparecidas no desabamento, 14 corpos já foram localizados. As buscas pelos três restantes prosseguem com o uso de drones e embarcações, já que os mergulhos foram suspensos devido ao aumento do nível do Rio Tocantins, causado pela abertura de comportas da usina hidrelétrica de Estreito.

Reconstrução

Enquanto a reconstrução da ponte Juscelino Kubitschek não começa, a região permanece em estado de incerteza. O Dnit informou que está retirando veículos remanescentes da estrutura colapsada e estudando alternativas para acelerar os reparos.

A tragédia expôs a vulnerabilidade da infraestrutura brasileira e a dependência de vias específicas para o transporte de cargas essenciais. Moradores e empresários seguem aguardando ações mais robustas para retomar a normalidade, enquanto enfrentam os desafios diários impostos pelo desastre.

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