Brasil, 4 de setembro de 2025
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Reservistas israelenses questionam atuação em Gaza após protestos

Sinais de descontentamento surgem entre reservistas israelenses, que questionam a continuidade da guerra em Gaza.

O recente anúncio do Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre novas operações militares em Gaza, gerou ondas de descontentamento entre os reservistas das Forças de Defesa de Israel (IDF). A situação se intensificou com a declaração de uma associação de pilotos reservistas e aposentados da força aérea, que exigiu um “fim imediato à guerra fútil e medidas urgentes para trazer os reféns para casa”.

A resistência entre os reservistas

Na terça-feira, Netanyahu enfatizou a importância dos reservistas na ofensiva em Gaza. “Queridos soldados da reserva, vocês são a força que sustenta Israel”, escreveu ele em sua conta na rede social X, ex-Twitter. Ele destacou que muitos reservistas precisaram interromper suas atividades diárias, como trabalho, estudos e o convívio familiar, para atender à convocação militar.

Apesar do tom galvanizador do Primeiro-Ministro, muitos reservistas expressam relutância em retornar ao combate. A possibilidade de enfrentar penas severas por recusar a convocação não desmotivou alguns, que preferem enfrentar a prisão a voltar às linhas de frente. Ze’ev Bogomolny, um artista de 27 anos, afirmou: “Prefiro não ir para a prisão, mas se a questão fosse ir para Gaza ou ir para a cadeia, eu escolheria a prisão”. Ele acredita que participar da guerra atual significa a “destruição de Israel”.

A reflexão sobre o serviço militar

Bogomolny encorajou seus colegas reservistas a reconsiderarem suas decisões de serviço. Após os ataques do Hamas, ele sentiu que “a coisa certa a fazer era servir”, mas agora acredita que “o certo, neste momento, é que cada soldado, cada soldado da reserva, se pergunte por que e a que custo está disposto a participar desta guerra”.

Embora a resistência esteja crescendo entre alguns reservistas, é projetado que dezenas de milhares compareçam às suas convocatórias para as operações militares expandidas. O exército israelense emitiu avisos para os palestinos evacuarem Gaza City e se deslocarem para zonas seguras, como parte das preparações para a nova ofensiva em terra.

Consequências trágicas para civis palestinos

Em meio a esse clima de tensão, um ataque aéreo israelense na terça-feira matou 13 pessoas, incluindo sete crianças, na zona de segurança de Al-Mawasi, ao sul de Gaza. A situação se agravou ainda mais, pois o exército israelense negou ter realizado qualquer ataque na área. Vídeos divulgados mostraram corpos de crianças sendo levados em macas após os ataques, gerando indignação mundial e um apelo por culpabilidade no que está se desenrolando como um conflito devastador.

Kresch, um reservista israelense-americano que agora organiza um grupo chamado “Soldados pelos Reféns”, fez uma declaração contundente: “Nós estamos destruindo as vidas dos civis gazenses. Estamos matando nossos próprios reféns. Nós sabemos disso”.

Os desdobramentos dessa crise provocam não apenas uma reflexão interna sobre a estratégia militar israelense, mas também levantam questões morais sobre os custos da guerra e suas consequências diretas para a população civil. A situação exige um sério debate sobre o futuro das operações militares em Gaza e o papel que Israel está disposto a desempenhar na busca por uma solução pacífica.

As vozes de descontentamento entre os reservistas podem indicar um ponto de virada na percepção pública sobre a guerra e seus impactos duradouros, tanto para os israelenses quanto para os palestinos. Resta saber se essa resistência terá um papel significativo nas decisões políticas e militares que se seguirão.

Reportagem de Richard Engel e Gabe Joselow de Jerusalém, com Babak Dehghanpisheh de Nova York.

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