Brasil, 5 de setembro de 2025
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Ex-assessor de Moraes alega fraudes em relatórios do TSE

Eduardo Tagliaferro diz que enviou provas aos EUA sobre falsificação de documentos relacionados a operações contra empresários.

Na última quarta-feira (3/9), Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelou que enviou aos Estados Unidos um material que, segundo ele, comprova fraudes em relatórios elaborados pelo gabinete de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O material, de acordo com Tagliaferro, foi utilizado para justificar uma operação policial contra empresários bolsonaristas em 2022. Ele afirmou que a partir das informações que enviou, mais pessoas poderão ser sancionadas.

Revelações e envio do material

Tagliaferro revelou em entrevista ao Contexto Metrópoles que o envio dos documentos ocorreu há uma semana e incluiu uma conversa com integrantes do Departamento de Estado dos EUA. Durante essa conversa, ele foi questionado sobre as pessoas mais próximas a Moraes.

“Eu informei todas as pessoas mais próximas do ministro Alexandre de Moraes, incluindo assessores e juízes de seu gabinete”, disse Tagliaferro. O ex-assessor também compartilhou o material com o Parlamento Europeu, ressaltando que o atraso na chegada desse documento à Europa se deu pelo recesso de agosto, onde as atividades parlamentares são reduzidas.

Contexto da operação contra empresários

Na mesma data, Tagliaferro participou remotamente da Comissão de Segurança Pública do Senado, justo no dia do início da fase final do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é relatado por Moraes. O colegiado, presidido por Flávio Bolsonaro, é dominado por aliados do ex-presidente.

Ex-chefe de gabinete na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE durante a gestão de Moraes, Tagliaferro citou uma reportagem do Metrópoles que revelava mensagens entre empresários defendendo um golpe de estado, o que resultou em uma operação da Polícia Federal (PF) contra esses indivíduos.

Supostas fraudes nos relatórios

De acordo com Tagliaferro, Moraes se baseou exclusivamente na reportagem para justificar a operação contra os empresários e, significativamente, o relatório que embasava a ação foi redigido apenas um dia após a operação ter sido realizada. O ex-assessor destacou que, enquanto a busca e apreensão ocorreu em 23 de agosto, os relatórios foram elaborados entre os dias 26 e 28 do mesmo mês.

“Os documentos que foram apresentados por Alexandre de Moraes foram confeccionados por mim, a pedido do juiz auxiliar Airton Vieira, que não sabia manejar um computador. Moraes nem sabia que Vieira tinha me passado essa responsabilidade”, declarou Tagliaferro, apresentando também prints de supostos materiais que ele produziu para embasar a ação.

Consequências para Tagliaferro

No último mês, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou Tagliaferro ao STF por supostos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, entre outros. Tagliaferro é investigado pela PF por um possível vazamento de mensagens dentro do gabinete de Moraes.

A situação gera um burburinho no cenário político nacional e levanta questões sobre a imparcialidade do processo eleitoral, bem como os limites entre a atuação do Judiciário e as ações de seus membros. À medida que mais detalhes surgem, será crucial acompanhar as repercussões legais e políticas dessas alegações.

Esses eventos ressaltam a complexidade das tensões políticas no Brasil, especialmente em um período em que as instituições estão sob pressão. A continuidade das investigações e as possíveis sanções a indivíduos envolvidos podem impactar diretamente a confiança pública nas instâncias de justiça do país.

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