O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (3) a revogação da autorização da TSMC, gigante taiwanesa de semicondutores, para exportar equipamentos de fabricação de chips para a China sem licença. A medida ocorre no contexto de esforços americanos para limitar o avanço tecnológico da China e reforçar sua própria liderança no setor de tecnologia.
Revogação da licença e restrições à exportação de chips
Segundo nota da TSMC, a autorização do programa “usuário final validado” (VEU) para sua fábrica em Nanjing será cancelada a partir de 31 de dezembro de 2025. Um porta-voz da empresa afirmou que está avaliando a situação e tomando medidas adequadas para garantir a continuidade de suas operações na China, ressaltando o compromisso com a operação ininterrupta da unidade.
Contexto e impacto na indústria de semicondutores
A TSMC, maior fabricante terceirizada de semicondutores no mundo, fornece componentes essenciais para smartphones, computadores, mísseis e outras aplicações críticas. Entre seus clientes estão Nvidia e Apple. Sua principal tecnologia de fabricação está localizada em Taiwan, uma ilha autônoma reivindicada pela China, o que adiciona um componente estratégico ao conflito.
O Ministério da Economia de Taiwan afirmou que a medida dos EUA deve “afetar a previsibilidade das operações futuras da fábrica” na China, embora destaque que a unidade em Nanquim representa apenas 3% da capacidade total da TSMC. “Acreditamos que essa restrição não afetará a competitividade geral da indústria taiwanesa”, declarou o ministério em nota oficial.
Estratégia americana e disputa global por chips
A revogação da licença faz parte da estratégia do Departamento de Comércio dos EUA, que busca encerrar o programa VEU. Essa iniciativa permitia que fabricantes estrangeiros de semicondutores exportassem equipamentos de origem americana para manufatura na China, mas a política agora passa a limitar tais operações.
Além disso, o órgão anunciou que antigos participantes do VEU terão 120 dias após a publicação da nova regra no Registro Federal para solicitar novas licenças de exportação, com a possibilidade de operar suas fábricas existentes na China, porém sem expandir ou modernizar suas instalações.
Repercussões e próximos passos
Especialistas avaliam que a restrição reforça a posição dos EUA na disputa tecnológica global por liderança em chips. A medida também provoca reações na China, que considera a ação uma tentativa de pressionar seu setor de semicondutores e ampliar o controle sobre a cadeia de produção.
Mais detalhes sobre a implementação das novas regras e seus impactos devem ser divulgados nos próximos meses, enquanto o setor de tecnologia monitora de perto as mudanças na política americana.