Teresina, 22 de janeiro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.

Cobrança de Lula expõe dilemas na relação com partidos do Centrão

Presidente Lula quer cerimônia alusiva aos ataques de 8 de janeiro
Presidente Lula após almoço de confraternização. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A cobrança feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a reunião ministerial nesta segunda-feira (20) evidenciou as incertezas em torno do apoio de partidos do Centrão ao governo. Entre os principais alvos das expectativas de Lula estão o PP, o Republicanos e o União Brasil, que têm demonstrado um alinhamento estratégico em votações na Câmara, mas seguem em posições mais independentes ou oposicionistas no Senado.

PP adota postura crítica

O presidente do PP, Ciro Nogueira, afirmou que a cobrança de Lula “não impacta muito” seu partido, destacando que, se dependesse dele, a legenda não estaria representada na Esplanada dos Ministérios. Atualmente, o PP comanda o Ministério do Esporte, liderado por André Fufuca, mas o partido busca ampliar sua influência no governo.

Nos bastidores, o PP tem articulado para garantir uma pasta que acomode Arthur Lira (AL), presidente da Câmara dos Deputados, que deixará o cargo em fevereiro. Apesar disso, Nogueira reforçou sua intenção de não permitir que o partido componha com Lula na disputa eleitoral de 2026.

Republicanos defende postura independente

Já o Republicanos, comandado por Marcos Pereira, adotou um tom conciliador ao responder à fala de Lula. “Pelas votações que o Republicanos fez, eu acho que ele não tem do que reclamar”, declarou Pereira. Ele também reafirmou a independência do partido, frisando que a sigla vota de acordo com temas relevantes para a economia, mas sem compromissos automáticos com o governo.

Hoje, o Republicanos ocupa o Ministério de Portos e Aeroportos, liderado por Silvio Costa Filho (PE). A possibilidade de mais espaço na Esplanada tem sido considerada como moeda de troca para fortalecer a base de Lula no Congresso.

União Brasil busca manter apoio

O União Brasil, representado no governo pelo ministro das Comunicações, Juscelino Filho, sinalizou a intenção de continuar alinhado ao Palácio do Planalto. “Acredito que o partido pretende, sim, manter o apoio ao governo e continuar ajudando o Brasil no avanço da economia e políticas públicas”, declarou Juscelino, indicando que a legenda discutirá a questão internamente.

Apesar do apoio na Câmara, o União Brasil, assim como o PP e o Republicanos, mantém uma postura mais crítica no Senado, evidenciando o desafio de Lula em consolidar uma base coesa nas duas casas legislativas.

O desafio de 2025 para 2026

A cobrança de Lula reflete sua preocupação com o alinhamento dos partidos em um momento estratégico para o governo. “Estamos chegando no processo eleitoral, e a gente não sabe se os partidos que vocês representam querem continuar trabalhando conosco ou não”, afirmou o presidente, apontando para a necessidade de articulação política visando 2026.

A cientista política Carolina Venuto destacou que a fala de Lula tem um duplo propósito. “O presidente chama seus ministros para o projeto eleições 2026, ao mesmo tempo em que reforça a expectativa de alinhamento das bancadas com as entregas necessárias para a imagem do governo em 2025”, explicou Venuto.

Um ano decisivo para o governo

O apoio parcial do Centrão em 2024 foi crucial para algumas vitórias legislativas do governo, mas Lula parece querer mais. O presidente aposta na força política de seus ministros para garantir que as bancadas estejam alinhadas com as prioridades do Executivo, especialmente em um ano pré-eleitoral.

As negociações para redistribuir cargos e ministérios podem ser a chave para reforçar a base governista. No entanto, a independência declarada por lideranças como Ciro Nogueira e Marcos Pereira mostra que o apoio do Centrão pode não ser tão sólido quanto Lula deseja.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes

Notícias

Institucional

Para você