Brasil, 3 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Economistas apoiam diretora do Fed alvo de tentativa de demissão por Trump

Mais de 600 economistas assinaram carta defendendo a independência do Federal Reserve e criticando ameaças de remoção à diretora Lisa Cook

Economistas de destaque no cenário internacional se mobilizaram em apoio à diretora do Federal Reserve, Lisa Cook, após o ex-presidente Donald Trump ter tentado demiti-la com base em acusações de fraude relacionadas a pedidos de hipotecas. A iniciativa reforça a importância da independência do banco central dos Estados Unidos frente a interferências políticas.

Quem apoia Lisa Cook na crise no Fed

Quase 600 economistas, incluindo laureados com o Prêmio Nobel como Claudia Goldin e Paul Romer, assinaram uma carta aberta defendendo a permanência de Cook no cargo. Christina Romer, ex-presidente do Conselho de Assessores Econômicos de Barack Obama, e Trevon Logan, professor da Universidade Estadual de Ohio, também participaram da manifestação. Segundo os signatários, as tentativas de demitir Cook, alegando mentiras em pedidos de empréstimos hipotecários, representam uma ameaça à autonomia do banco central.

Críticas às ações do ex-presidente Trump

Trump afirmou, na semana passada, que tomaria medidas para demitir Cook “com efeito imediato”, após alegações não comprovadas de que ela teria mentido ao solicitar hipotecas em 2021. Em uma carta publicada na plataforma Truth Social, o ex-presidente declarou que estava “tomando medidas para remover Cook” devido às acusações

“Declarações públicas recentes — incluindo ameaças de remoção e acusações não comprovadas — enfraquecem a credibilidade e a independência do Fed”, afirmaram os economistas na carta. Ainda segundo eles, essa postura prejudica a confiança nas instituições econômicas dos Estados Unidos.

Defesa da autonomia do banco central

A carta reforça que, segundo regras do próprio Fed, a diretora só pode ser removida por “justa causa”. Além disso, destacam a importância de autoridades e lideranças políticas se abstiverem de ações ou discursos que possam deslegitimar o papel do banco central na condução da política monetária.

Repercussões e possibilidades futuras

Se Trump conseguir remover Cook, terá a oportunidade de nomear um substituto alinhado às suas propostas, o que poderia influenciar a trajetória da política de juros no país. Essa movimentação ocorre em um momento de tensões políticas e econômicas, marcando uma disputa mais ampla pelo controle das instituições financeiras.

Decisões judiciais e o futuro de Cook

Lisa Cook, que se tornou a primeira mulher negra a integrar o conselho do Fed ao ser indicada por Joe Biden em 2022, ganhou respaldo judicial ao processar Trump para contestar sua demissão, alegando que as acusações se referem a um período anterior à sua nomeação e não justificam sua saída. O processo ainda está em andamento, aguardando decisão da justiça.

Contexto político e institucional

A tentativa de destituir Cook faz parte de uma sequência de ataques contra o Fed desde a retomada de Trump à Casa Branca, com o objetivo de pressionar o banco central a reduzir as taxas de juros. Analistas avaliam que essa disputa evidencia o esforço do ex-presidente de influenciar a política monetária e controlar as decisões das instituições financeiras americanas.

A carta de apoio enviada por economistas ilustres reforça a importância de manter a autonomia do Fed diante de pressões políticas, destacando que o princípio da independência deve ser preservado para assegurar a estabilidade econômica do país.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes