Brasil, 2 de setembro de 2025
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Brasil registra queda de 71,8% em áreas queimadas em 2025

Brasil experimenta uma redução significativa nas queimadas florestais, refletindo condições climáticas menos severas e medidas efetivas.

O Brasil vive um momento positivo em relação ao combate aos incêndios florestais, com uma redução impressionante de 71,8% nas áreas afetadas por queimadas em 2025. Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostram que o país registrou a queima de 10.313.062 hectares de vegetação entre janeiro e agosto deste ano, uma queda significativa em comparação ao mesmo período do ano passado. Essa mudança é atribuída a condições climáticas mais favoráveis e a estratégias eficazes de mitigação de incêndios.

Aumento alarmante em 2024

Apesar da boa notícia em 2025, o cenário de 2024 foi bastante preocupante. O Brasil enfrentou um recorde histórico, com 14.372.358 hectares queimados, resultando em um aumento de 166% em relação a 2023. Os especialistas ressaltam que a falta de medidas adequadas e o fenômeno climático El Niño contribuíram para a piora das condições. O El Niño, que provoca um aumento da temperatura do oceano Pacífico, intensificou a seca e aumentou a vulnerabilidade dos biomas brasileiros, favorecendo a propagação das queimadas.

Fatores que contribuem para a redução das queimadas

Charles Dayler, engenheiro agrônomo formado pela Universidade de Brasília (UnB), destaca que a recente diminuição da influência do El Niño permitiu um clima mais ameno. “As condições climáticas estão mais favoráveis, o que possibilitou a redução da quantidade de incêndios florestais em todo o país”, explica Dayler. Ele acrescenta que a adoção da Política Nacional de Manejo de Fogo foi uma das medidas institucionais que ajudaram a lidar com o problema.

O manejo de fogo consiste na aplicação planejada de fogo em áreas específicas para torná-las mais resilientes, criando barreiras naturais que previnem a propagação do fogo. Essa abordagem, junto com as condições climáticas menos severas, tem se mostrado eficaz na proteção da vegetação nativa.

Impacto das queimadas nos biomas brasileiros

A análise das áreas afetadas revela que, entre janeiro e agosto de 2025, o Brasil apresentou a maior redução absoluta de queimadas desde que a UFRJ começou a coletar dados em 2017. O impacto foi notável em diversos biomas, incluindo o Cerrado, onde as queimadas em 2024 resultaram na perda de 9,7 milhões de hectares, seguido pelo Pantanal (1,9 milhão de hectares), Mata Atlântica (1 milhão), Caatinga (330 mil) e Pampa (3,4 mil).

O cenário de 2024 foi verdadeiramente alarmante, enquanto em 2023 o país já havia enfrentado desafios sérios com os incêndios. A proteção da biodiversidade e da vegetação nativa é uma preocupação crescente, e especialistas alertam sobre a necessidade de manter medidas preventivas. “É essencial continuar com a manutenção das estratégias de prevenção, como a realização de aceiros florestais, especialmente próximo a áreas verdes e unidades de conservação”, enfatiza Dayler.

O futuro das queimadas no Brasil

O período de janeiro a agosto de 2025 foi o com menos hectares queimados desde 2018, quando se registraram 4.759.230 hectares. Embora a situação tenha melhorado consideravelmente em 2025, a vigilância constante e a implementação de políticas efetivas ainda são cruciais para evitar que os índices de queimadas voltem a subir. A experiência do ano passado deve servir de alerta e motivar investimentos em estratégias de prevenção e conscientização da população.

Com uma combinação de condições climáticas favoráveis e ações proativas, espera-se que o Brasil possa continuar a reduzir o impacto das queimadas em seu território nos anos futuros. A luta contra os incêndios florestais é fundamental para a preservação dos ecossistemas e a proteção do meio ambiente, e todos têm um papel a desempenhar nessa missão.

Fontes: Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da UFRJ e declarações de Charles Dayler.

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