Brasil, 2 de setembro de 2025
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Aprender a tocar instrumentos pode proteger o cérebro do envelhecimento

Estudo revela que tocar música melhora a cognição em idosos e pode prevenir o declínio mental.

O aprendizado de um instrumento musical pode ser uma defesa poderosa contra o envelhecimento do cérebro, proporcionando uma reserva cognitiva que dura a vida inteira. Pesquisadores do Canadá e da China descobriram que adultos mais velhos que passaram anos tocando música são significativamente melhores em entender a fala em ambientes barulhentos se comparados àqueles que não têm experiência musical.

A pesquisa e suas descobertas

O estudo revelou que os cérebros de músicos mais velhos operavam de forma semelhante aos cérebros de pessoas mais jovens, exigindo menos energia para se concentrar do que os cérebros de idosos que não tocavam instrumentos. O ato de tocar música contribui para o fortalecimento da chamada “reserva cognitiva”, um sistema que ajuda o cérebro a manter sua eficiência, mesmo em idade avançada.

Com anos de treinamento musical, as conexões entre as áreas do cérebro responsáveis pela audição, movimento e fala se tornam mais robustas, facilitando o processamento de sons em situações desafiadoras, como identificar uma única voz em meio a uma multidão. Os pesquisadores afirmaram que suas descobertas desafiam a ideia de que cérebros mais velhos precisam necessariamente trabalhar mais para compensar os efeitos do envelhecimento.

O impacto da prática musical regular

Os especialistas aconselham que a prática regular de um instrumento por cerca de 12 horas por semana pode acumular uma “reserva” que evita o esforço excessivo do cérebro. Dr. Yi Du, da Academia Chinesa de Ciências, explicou que “um instrumento bem afinado não precisa ser tocado mais alto para ser ouvido; os cérebros dos músicos mais velhos permanecem bem ajustados graças aos anos de treinamento.”

A pesquisa, que foi publicada na PLOS Biology, mostrou que os adultos mais velhos que nunca praticaram um instrumento musical apresentaram atividade cerebral extra em áreas auditivas, sugerindo que esses cérebros estavam trabalhando mais para compensar o declínio cognitivo relacionado à idade. Contrapõe-se a isso, os padrões de atividade cerebral dos músicos mais velhos eram mais semelhantes aos de indivíduos mais jovens, indicando eficiência e um menor esforço mental ao processar sons.

O estudo e suas implicações

O estudo incluiu 25 músicos mais velhos com uma média de 65 anos, que tocaram um instrumento por pelo menos 32 anos. Além deles, participaram outros 25 adultos mais velhos e uma dúzia de jovens não músicos na faixa dos 20 anos. Todos os participantes, nativos da China, eram fisicamente saudáveis, destros e apresentavam audição normal.

Durante o experimento, todos ouviram sílabas misturadas a ruídos de fundo em três níveis de volume, enquanto suas atividades cerebrais eram monitoradas por ressonância magnética funcional (fMRI). Os músicos mais velhos se saíram melhor na identificação das sílabas em condições menos barulhentas, oscilando entre um desempenho inferior em relação aos jovens não músicos, mas ainda assim melhores do que seus pares que nunca tocaram um instrumento.

Os pesquisadores observaram que os resultados poderiam levar ao desenvolvimento de novas terapias que aumentem a capacidade cerebral e previnam o início da demência, como a promoção do treinamento musical entre idosos.

Jamais é tarde demais para começar a tocar

Outro estudo publicado na Imaging Neuroscience confirmou que nunca é tarde para começar a tocar um instrumento musical para melhorar a saúde cerebral. Um grupo da Universidade de Kyoto, no Japão, encontrou uma amostra de adultos mais velhos que aprenderam a tocar música na casa dos 70 anos, os quais melhoraram em testes de memória verbal quatro anos depois.

Os pesquisadores notaram que aqueles que continuaram praticando durante esse período se destacaram em comparação aos que desistiram após o estudo inicial de quatro meses, ressaltando que a prática contínua é a chave para a preservação e melhoria das habilidades cognitivas na terceira idade.

Assim, a mensagem é clara: tocar um instrumento não apenas traz prazer, mas também pode ser uma ferramenta poderosa para manter a saúde do cérebro conforme envelhecemos.

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