O ex-presidente Donald Trump voltou a provocar controvérsia ao sugerir, sem fundamentos científicos, que o autismo possa ter causas artificiais, durante uma reunião no gabinete na terça-feira. Ele pediu ao secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., que investigasse possíveis fatores causadores do transtorno.
Declarações sem respaldo e suas repercussões
Durante o encontro, Trump afirmou: “Há de haver algo artificial causando isso, como um remédio ou algo assim. Espero que vocês possam descobrir o mais rápido possível.” Kennedy, conhecido por suas posições contrárias à vacinação, afirmou que já possui indícios sobre causas do autismo, que seriam “quase certainly” (quase certamente) relacionadas a intervenções específicas.
Kennedy comentou que há intervenções que podem estar causando o aumento dos casos, previsão que, segundo ele, será divulgada em setembro. Especialistas destacam que estudos do Instituto Nacional de Saúde dos EUA, assim como outros órgãos científicos, apontam que o autismo possui causas multifatoriais, incluindo fatores genéticos, e que não há evidência de ligação direta com medicamentos ou vacinas.
Desinformação sobre vacinas e aumento de dúvidas públicas
Kennedy, que assumiu uma posição de ceticismo elevado em relação às vacinas, reiterou alegações infundadas de que as doses causariam autismo, além de afirmar que a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (MMR) conteria “restos de fetos abortados e partículas de DNA”. Tais afirmações foram desmentidas por estudos científicos e órgãos de saúde.
Recentemente, Kennedy também criticou as campanhas de vacinação contra a COVID-19, alegando que elas poderiam afetar grupos vulneráveis. Em junho, um de seus conselheiros no CDC saiu do cargo após alegar que a mudança nas recomendações de imunização dificultava proteger quem mais precisa.
Impacto e contexto da controvérsia
O aumento no número de casos de autismo, segundo especialistas, é atribuído principalmente ao maior conhecimento, melhor diagnóstico e maior conscientização, não a fatores artificiais. Pesquisadores reforçam que as causas do transtorno ainda não são completamente esclarecidas, mas que não há provas de ligação com medicamentos ou vacinas.
Durante a reunião, Kennedy prometeu que apresentará um relatório completo sobre as causas do autismo em setembro. Tanto ele quanto Trump expressaram preocupação com o crescimento dos casos, embora as evidências científicas contradigam essas alegações sensacionalistas.
Repercussões e preocupações públicas
Especialistas em saúde pública alertam que declarações como as de Trump podem gerar desconfiança e prejudicar campanhas de vacinação, essenciais para o controle de doenças2. Especialistas também lembram que discussões baseadas em teorias sem respaldo preferem a disseminação de informações responsáveis e fundamentadas.
A comunidade científica reforça que a melhor estratégia para lidar com o autismo é promover diagnósticos precoces e investigações baseadas em evidências, afastando-se de teorias conspiratórias.
Autoridades de saúde continuam empenhadas em esclarecer o público quanto à segurança e importância das vacinas, combatendo a desinformação que ameaça avanços no controle de doenças.
**Meta descrição:** Ex-presidente Donald Trump faz declarações sem provas sobre autismo, alimentando teorias conspiratórias durante reunião no gabinete.
**Tags:** Política, Saúde, Autismo, Vacinas, Desinformação