Teresina, 30 de janeiro de 2025
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Operação Overclean chega ao STF

O caso investiga o desvio de recursos públicos num esquema que teria movimentado R$ 1,4 bilhão.
STF

Brasília – A Operação Overclean, conduzida pela Polícia Federal (PF), teve um novo desdobramento nesta sexta-feira (17) ao ser enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF). O caso, que investiga o desvio de recursos públicos, incluindo emendas parlamentares, envolve políticos com prerrogativa de foro, consolidando um esquema que teria movimentado R$ 1,4 bilhão.

Entre os citados nas investigações estão o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil). Embora ACM Neto não seja formalmente investigado, diálogos analisados pela PF sugerem que ele pode ter sido acionado para facilitar contratos de empresas suspeitas de participar do esquema.

O esquema

De acordo com a Polícia Federal, o esquema utilizava empresas para manipular licitações e contratos públicos. Um dos principais nomes envolvidos é o empresário José Marcos Moura, conhecido como o “Rei do Lixo”, que teria papel central na articulação política e no andamento das fraudes. Moura, além de empresário do setor de coleta de lixo, ocupa posições no diretório nacional do União Brasil. A PF descreve Moura como “uma figura-chave” no esquema, atuando como elo entre lideranças políticas e operadores do grupo criminoso.

Provas e apreensões

A investigação trouxe à tona uma série de provas:

  • Uma escritura de compra e venda de imóvel entre uma empresa investigada e o deputado Elmar Nascimento, encontrada no cofre de Marcos Moura.
  • Apreensão de 23 carros de luxo, três lanchas, três aeronaves, seis imóveis, 38 relógios de luxo, joias e mais de R$ 3 milhões em espécie.
  • Uma mala com R$ 1,5 milhão, interceptada em um jatinho que saía de Salvador com destino a Brasília. O valor, segundo a PF, seria destinado ao pagamento de propina.

Além disso, planilhas apreendidas indicam contratos suspeitos que somam mais de R$ 800 milhões.

Ligação com políticos

A operação também identificou o vereador de Campo Formoso (BA), Francisquinho Nascimento (União Brasil), primo de Elmar Nascimento. Durante a ação, Francisquinho foi flagrado jogando pela janela uma sacola contendo R$ 220,1 mil.

No caso de ACM Neto, a PF destacou indícios de que Moura teria solicitado apoio do ex-prefeito para destravar negócios de empresas investigadas. Apesar disso, Neto declarou que “não há qualquer diálogo ou citação direta” ao seu nome.

Defesas

Os advogados de Marcos Moura classificaram as acusações como “especulativas” e negaram sua participação em uma associação criminosa. Já a defesa de Alex Parente, apontado como líder do grupo, afirmou que esclarecerá os fatos no decorrer da investigação.

Impacto político

O envio do caso ao STF marca uma escalada na Operação Overclean, com foco em nomes de relevância política. As suspeitas envolvendo emendas parlamentares e recursos públicos reforçam os debates sobre corrupção e gestão no uso de verbas públicas. A amplitude do esquema, que incluiu a apreensão de bens de luxo e valores em espécie, destaca os desafios de combate a desvios na administração pública.

À medida que o inquérito avança, a conexão entre lideranças políticas e empresários pode ampliar o impacto das investigações, atingindo esferas mais altas do poder e aprofundando a crise de confiança nas instituições.

Operação Overclean

A Operação Overclean teve início a partir de denúncias e auditorias que identificaram irregularidades em contratos públicos relacionados ao setor de coleta de lixo em diversos municípios do Brasil. A investigação, conduzida pela Polícia Federal, revelou um esquema de desvio de recursos públicos envolvendo empresários, políticos e servidores municipais.

As fraudes incluíam manipulação de licitações, uso de notas fiscais frias e superfaturamento em contratos, com valores que ultrapassaram R$ 1,4 bilhão.

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