A digitalização de acervos históricos tem se mostrado uma ferramenta vital na preservação da memória de cidades em todo o mundo. Em Bauru, SP, o projeto “Sou+ Bauru” é um exemplo prático de como a tecnologia pode ajudar na preservação da história e identidade de um município. Idealizado pela TV TEM, o projeto reúne historiadores, professores e alunos em um esforço conjunto para registrar e compartilhar a rica história local.
A importância da digitalização para a memória local
O projeto “Sou+ Bauru” visa fortalecer o orgulho dos bauruenses e resgatar a história do município em um formato acessível. O historiador Douglas Alvez Ruzzon, que trabalha no Museu Ferroviário de Bauru, é uma das figuras centrais dessa iniciativa. Ele dedica seu tempo à digitalização de negativos e fotografias antigas, transformando um acervo que conta com cerca de 30 mil a 40 mil imagens.
“Estou digitalizando imagens todo dia. O acervo da ferrovia é bem variado e tem uma grande importância para a memória da cidade e da região”, destaca Ruzzon. As imagens digitais agora podem ser acessadas por todos, permitindo que tanto os bauruenses quanto aqueles de fora conheçam a história e a evolução do município ao longo dos anos.
Um projeto que não tem fim
A digitalização em Bauru começou em 2014, quando a historiadora Fabiana Rocha, ainda estudante, percebeu a falta de registros digitais nos museus da cidade. “Esse projeto é infinito. Sempre teremos novos documentos a digitalizar. A tecnologia é infinita, sempre traz novas possibilidades”, afirma Fabiana.
Ela também menciona a importância da digitalização: “Hoje, conseguimos transformar documentos em arquivos pesquisáveis, o que facilita o acesso e preservação das informações”. Para muitos ex-ferroviários, como Waldir Messias Meireles, essa conexão com o passado é profunda. “É muito importante preservar, porque é para mostrar a ferrovia para o nosso país e para a nossa cidade”, reforça Meireles, que se emocionou ao rever imagens de sua trajetória profissional.
Contribuições da comunidade e outros projetos
O Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica Gabriel Ruiz Pelegrina (Nuphis), fundado em 1983, também desempenha um papel crucial na digitalização de acervos. O professor Vinícius Salles Barbosa destaca que muitas das coleções são fruto de doações da comunidade, fortalecendo a relação local e permitindo que a população participe ativamente da preservação da memória.
A professora Cláudia de Oliveira complementa: “Esses lugares da memória geram identificação e senso de pertencimento. Estamos ressignificando experiências do passado para as gerações atuais e futuras ao preservá-las adequadamente”. O trabalho realizado no Nuphis serve como um importante antídoto contra o esquecimento, garantindo que a história de Bauru continue viva.
A participação dos jovens na história da cidade
Os estudantes universitários têm a oportunidade de participar do projeto, enriquecendo sua formação acadêmica. Júlio Cavallaro, um dos novos integrantes do projeto em 2025, compartilha sua experiência: “O contato com documentos históricos é um mergulho no tempo. Isso ajuda a fortalecer a identidade local”. Ele enfatiza que a construção do orgulho de ser bauruense está intrinsecamente ligada à compreensão do passado da cidade.
Entre crachás de ex-ferroviários, jornais e uma infinidade de fotografias, a história de Bauru está sendo recontada e preservada de novas maneiras. Esses registros digitais são um legado para as futuras gerações, permitindo que todos que se identificam com a cidade carreguem dentro de si um pouco de sua rica história.
Para quem deseja conhecer mais sobre este projeto e outras iniciativas que visam preservar a memória de Bauru, a consultoria e o acompanhamento próximo da TV TEM oferecem uma visão abrangente da importância da digitalização no fortalecimento da identidade local. Bauru se destaca, portanto, não apenas por sua história, mas pela forma como escolhe preservá-la e transmiti-la.
O projeto “Sou+ Bauru” é um exemplo de como a união entre tecnologia e memória coletiva pode resultar em um futuro mais conectado com o passado, promovendo um sentimento de pertencimento e orgulho entre os bauruenses.
