Brasil, 1 de setembro de 2025
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Incêndio em casa de reabilitação deixa cinco mortos no DF

Tragédia em unidade de reabilitação em Brasília destaca irregularidades em funcionamento.

Um incêndio devastador em uma casa de reabilitação para dependentes químicos no Distrito Federal resultou na morte de cinco pessoas na madrugada deste domingo, 31 de agosto. O Instituto Terapêutico Liberta-se, localizado no Núcleo Rural Desembargador Colombo Cerqueira, no Paranoá, já havia sido interditado em julho deste ano devido a irregularidades, mas continuava em funcionamento.

Histórico de irregularidades na casa de reabilitação

O DF Legal, órgão responsável pela fiscalização de estabelecimentos no Distrito Federal, recebeu denúncias anônimas sobre o funcionamento irregular da instituição. Em uma inspeção realizada em julho de 2024, foi constatado que o instituto não possuía a Licença de Funcionamento e, por esse motivo, recebeu um Auto de Interdição, que determinava seu fechamento até a obtenção dos documentos necessários. A situação é ainda mais alarmante, uma vez que a clínica também não tinha alvará e laudos de funcionamento do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF).

Apesar das ordens para encerrar as atividades, o diretor e proprietário da clínica, Douglas Costa de Oliveira Ramos, declarou à polícia que a casa de reabilitação estava operando há cinco meses sem as devidas autorizações. No entanto, análises de postagens nas redes sociais da clínica mostram que atividades e cursos estavam sendo promovidos pelo menos desde 2023, evidenciando um claro desrespeito às normas legais.

Detalhes da tragédia

Na madrugada do domingo, o incêndio começou na sede da clínica, onde cerca de 20 internos estavam presentes. Outros 26 residentes ocupavam dormitórios em uma área externa. O fogo se espalhou rapidamente, resultando na morte de cinco homens, cujos corpos foram encontrados carbonizados dentro da instalação. As portas e janelas estavam trancadas e gradeadas, dificultando a evacuação dos pacientes durante a tragédia.

Além das fatalidades, 11 pessoas foram feridas, apresentando queimaduras e intoxicação por fumaça. Essas vítimas foram resgatadas pelo corpo de bombeiros e encaminhadas a hospitais da região. As idades dos feridos variam entre 21 e 55 anos, destacando a gravidade da situação enfrentada por estes adultos que lutavam contra a dependência química.

Investigações em andamento

A causa do incêndio ainda permanece desconhecida, mas a 6ª Delegacia de Polícia, localizada no Paranoá, está conduzindo uma investigação para determinar as circunstâncias que levaram ao trágico incidente. A possibilidade de negligência por parte dos responsáveis pela casa de reabilitação está sob avaliação, especialmente considerando o histórico de irregularidades e a interdição já estabelecida pelo DF Legal.

Reação da comunidade e as implicações

A tragédia gerou uma onda de indignação na comunidade local e entre familiares de dependentes químicos que buscam apoio. Muitos expressaram preocupações sobre a segurança e a qualidade das instituições de reabilitação no Brasil, que muitas vezes funcionam sem a devida regulamentação e fiscalização. O caso do Instituto Liberta-se levanta questões importantes sobre a necessidade de uma revisão nas políticas de regulatórias e de controle sobre casas de reabilitação.

A Secretaria DF Legal confirmou, em nota, que a fiscalização na unidade foi realizada baseada em uma denúncia recebida através da Ouvidoria do GDF. “Infelizmente, a falta de responsabilização e supervisão adequada em alguns estabelecimentos pode levar a tragédias evitáveis. Precisamos reforçar as medidas de segurança e garantir que todos os locais que cuidam de pessoas em situação vulnerável cumpram as normas”, afirmou um representante do órgão.

A importância da regulamentação

Este incidente ressalta a urgência de que as casas de reabilitação sejam devidamente regulamentadas e monitoradas para assegurar a proteção e segurança dos pacientes. A legislação que impõe a obrigatoriedade de licenças e alvarás visa garantir que as instituições possuam condições adequadas para prestar assistência. A falta de fiscalização tem provenientes graves, e é imperativo que situações como a do Instituto Liberta-se não voltem a ocorrer.

O país enfrenta um crescente número de casos de dependência química, e a luta por tratamento adequado precisa ser acompanhada por um compromisso com a legalidade e com a proteção dos vulneráveis. A sociedade civil e as autoridades devem exigir um compromisso claro de fiscalização e segurança em todos os estabelecimentos que prestam cuidados a dependentes químicos.

O nosso desejo é que as vítimas e suas famílias encontrem conforto e que lições sejam aprendidas para que eventos tão lamentáveis não se repitam. A memória das vidas perdidas neste incêndio trágico deve ser um chamado à ação por mudanças significativas na forma como lidamos com a reabilitação e o apoio a dependentes químicos em nosso país.

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