Brasil, 1 de setembro de 2025
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Chacina do Curió: Quarto julgamento absolve policiais envolvidos

Quarto julgamento da Chacina do Curió termina com absolvição de sete policiais militares em Fortaleza, gerando protestos de familiares.

No último domingo (31), o Tribunal do Júri encerrou a quarta fase dos julgamentos relacionados à Chacina do Curió, um brutal assassinato que ceifou a vida de 11 jovens em Fortaleza em 2015. A fase, que começou no dia 25 de agosto, resultou na absolvição dos sete policiais militares que estavam sendo julgados, gerando reações intensas de familiares das vítimas e ativistas de direitos humanos.

A chacina e o desenrolar dos julgamentos

Os eventos trágicos ocorreram entre a noite do dia 11 e a madrugada do dia 12 de novembro de 2015, na comunidade do Curió, região da Grande Messejana, em Fortaleza. A maioria das vítimas tinha idades entre 16 e 18 anos e não possuía antecedentes criminais. O caso chocou o país e gerou uma mobilização social significativa, com familiares e amigos exigindo justiça.

Inicialmente, 45 policiais militares foram denunciados por suposto envolvimento na chacina. Contudo, somente 30 foram levados a júri, sendo que, até o momento, apenas 14 foram absolvidos e 6 condenados. O desfecho deste último julgamento se torna um reflexo preocupante da impunidade e da relação entre a polícia e a população nas comunidades mais vulneráveis.

Resultados do julgamento

Durante o julgamento, que contou com quase 78 horas de audiências, os jurados deliberaram sobre várias acusações, incluindo 11 homicídios consumados, 3 tentativas de homicídio e 4 crimes de tortura. A deliberação teve início pela manhã e o veredito foi anunciado à noite, com a absolvição de todos os réus.

Os sete policiais absolvidos incluem:

  • Daniel Fernandes da Silva
  • Gildásio Alves da Silva
  • Luis Fernando de Freitas Barroso
  • Farlley Diogo de Oliveira
  • Renne Diego Marques
  • Francisco Flávio de Sousa
  • Francisco Fabrício Albuquerque de Sousa

A reação à decisão foi imediata, com o Movimento Mães do Curió, formado por familiares das vítimas, realizando vigílias e protestos em frente ao fórum. Suderli de Lima, mãe de uma das vítimas, expressou a dor e indignação sentidas pelas mães que, desde a tragédia, lutam por justiça. “Infelizmente, nós estamos aqui tirando uma força que a gente não tem. Porque nossos filhos não têm voz, mas nós temos”, afirmou Suderli, enfatizando a necessidade de um sistema de justiça que realmente proteja os cidadãos.

Próximos passos no processo legal

Ainda restam três réus a serem julgados, com o próximo julgamento marcado para o dia 22 de setembro. O processo para a Chacina do Curió é extenso, com mais de 13 mil páginas de documentação, e está dividido em várias fases para assegurar que os julgamentos sejam eficientes e justos. A sociedade aguarda ansiosamente os desdobramentos, enquanto as vozes das mães seguem ecoando por justiça e memória.

Enquanto isso, a sociedade civil continua a pressionar por respostas e transparência nas ações policiais, levantando questões sobre os direitos humanos e a proteção das comunidades mais afetadas pela violência. A Chacina do Curió permanece não apenas como um lembrete da fragilidade da vida, mas também como um símbolo da luta contínua por justiça em face da impunidade.

Entretanto, muitos se perguntam: até quando as famílias das vítimas terão que lutar para que suas vozes sejam ouvidas? O caso reflete não apenas a necessidade de responsabilização, mas também o desafio de se estabelecer um sistema judicial que realmente funcione para todos os cidadãos.

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