Em um achado literário que comove o mundo das letras, uma carta inédita de Machado de Assis foi recentemente divulgada. Escrito em 29 de setembro de 1907, o documentário literário propõe uma reflexão profunda sobre amor, vida e as nuances da criação literária. O texto revela não apenas o sentimentalismo característico do autor, mas também sua visão filosófica idiossincrática.
A revelação da carta
O documento foi descoberto em um acervo pessoal e traz uma mensagem íntima, endereçada a uma pessoa não identificada, com a simpática inicial “C”. Nele, Assis expressa a forte emoção que sentiu ao receber a resposta de sua amada, revelando sua sensibilidade e vulnerabilidade. Ao longo do texto, o autor entrelaça reflexões sobre a condição humana, ressaltando que, mesmo diante da dor, o amor permanece como um dos pilares fundamentais da existência.
O impacto do amor na criação literária
Em sua carta, Machado de Assis traça um paralelo entre o amor e a literatura, afirmando que ambos compartilham de um caráter inacabado. “Quando se trata de literatura, assim como ocorre com a esperança, os términos são sempre inacabados”, escreve ele. Essa perspectiva enriquece a compreensão de sua própria obra, que frequentemente aborda temas como a complexidade dos relacionamentos humanos e a busca pelo sentido em meio ao caos.
Uma anticiência do amor
Assis desafia a noção tradicional de que o amor pode ser amplamente compreendido. “O amor, como nosso Criador, não só não pode ser compreendido, como não deve sofrer das especulações daqueles que nunca o experimentaram”, afirma. Essa frase encapsula a essência de suas crenças: o amor é algo que deve ser sentido, não definido. O escritor, com sua capacidade única de observação, também menciona a sua habilidade para “amar um defeito, desde que seja o teu”, mostrando a aceitação das imperfeições que torna os relacionamentos mais autênticos.
Reflexões sobre a vida e a literatura no Brasil
O autor também reflete sobre as mudanças que ocorrem na sociedade e na literatura. Ele evoca Sócrates, que já afirmava, há séculos, que a natureza humana é imutável. “Não mudamos nada, somos os mesmos”, aponta o autor, levando o leitor a considerar a repetição de padrões ao longo da história. A visão pessimista de Assis sobre o mundo atual, com a instabilidade dos País e Instituições, soa como um eco de suas inquietações durante a sua vida.
A última conversa
Uma parte particularmente emocionante da carta é a lembrança da penúltima conversa entre Assis e sua amada, onde o tema da escrita é abordado. Ele revela a inevitabilidade de continuar escrevendo, como um impulso vital: “Este poder eu não tenho”. Essa confissão destaca a conexão intrínseca do autor com a literatura e a sua convicção de que o ato de escrever é uma extensão de seu ser.
Essa carta não é apenas uma peça do passado, mas uma janela aberta para a alma de um dos maiores escritores do Brasil. A sua habilidade de expressar sentimentos complexos e questionar a realidade permanece relevante, inspirando leitores e escritores ainda nos dias de hoje.
Conclusão
A divulgação dessa carta inédita de Machado de Assis não só promete revisitar a trajetória do autor como instiga debates contemporâneos sobre amor, literatura e a própria vida. Com sua sensibilidade única, Assis deixa uma mensagem poderosa: os términos são inacabados e a busca pelo amor e pela arte continua eternamente, assim como a própria experiência humana.