Neste último domingo (31), a mágica do sertanejo tomou conta da Festa do Peão de Barretos com uma apresentação emocionante de Solimões e Rionegro, que encantaram o público em homenagem aos 70 anos do maior rodeio da América Latina. Entre os espectadores estavam os filhos dos dois artistas, Gabeu, Carol Felizardo e João Neves, que também trilham seus próprios caminhos no mundo da música. A atmosfera carregada de emoção e gratidão pelo legado familiar se fez notar, e os jovens músicos compartilharam suas experiências e expectativas em entrevistas exclusivas.
O legado musical de uma família
Como uma tradição que se repete, a presença dos filhos no evento não surpreende. Gabeu, o mais novo do clã, expressou a satisfação de estar ao lado do pai em um momento tão significativo. “Eu acompanho meu pai há muitos anos, então estar nos bastidores para mim é uma coisa muito comum e confortável. Ver todo o preparativo e os ensaios meses antes é sempre emocionante,” disse ele, que está conquistando seu espaço na cena musical com uma abordagem inovadora.
O artista revelou que suas inspirações vão além do sertanejo tradicional. Ele se identifica com o movimento “queernejo”, que busca incluir elementos da cultura LGBTQ+ na música sertaneja. Gabeu já trabalha em seu próximo projeto, “Rock Bravo”, que promete uma fusão de clássicos sertanejos com influências pop e eletrônicas.
Carol Felizardo: entre o modão e a liberdade criativa
Carol Felizardo, irmã de Gabeu, também segue os passos da família na música. Ela anunciou o lançamento de seu projeto, “Versos Eternos”, uma coletânea de regravações de clássicos do sertanejo, como “Escolta de Vagalumes” e “Castelo de Amor”. Em uma demonstração clara de sua liberdade artística, Carol enfatizou que o projeto é algo pessoal, no qual busca expressar sua visão sem a interferência do pai.
“É um projeto pessoal. Eu mesma estou gravando tudo e vou produzir também. Dessa vez sou eu,” disse ela, ressaltando que mesmo com sua busca por independência, não perde as oportunidades de tocar ao lado de Solimões em outras ocasiões.
João Neves: seguindo os passos do pai
Por outro lado, João Neves, filho de Rionegro, expressou o quão especial é para ele dividir o palco com o pai em um evento de tamanha grandiosidade. Recentemente, João lançou a música “Sem Fronteiras” e comentou sobre a energia que sente ao tocar no Barretão. “A arena do Barretão é um lugar sagrado. Estar com a minha família aqui, meu pai cantando, é uma energia muito massa,” afirmou, transbordando emoção.
A nova cara do sertanejo
A presença de jovens artistas como Gabeu, Carol e João mostra que o sertanejo está em constante evolução. Com influências diversas e a quebra de barreiras tradicionais, eles estão moldando um novo espaço para a música, onde há espaço para experimentação e diversidade. Isso é especialmente relevante em eventos consagrados como a Festa do Peão de Barretos, que, além de celebrar a tradição, abre alas para novas sonoridades e expressões.
“Tem muitos artistas novos do mainstream que estão ousando musicalmente e trazendo referências que não são tão óbvias. A base do sertanejo, caipira e raiz é importante, mas misturá-la com outros gêneros enriquece muito a cena”, explicou Gabeu, ressaltando a importância de manter a tradição enquanto se busca inovação.
O Barretão 2025 e o futuro da música sertaneja
Com a celebração dos 70 anos do rodeio, a Festa do Peão continua sendo um marco para músicos de todas as gerações. Os filhos de Rionegro e Solimões são exemplos de como o legado pode ser honrado enquanto se busca novos caminhos. Entre o modão e o queernejo, esses artistas mostram que a música sertaneja está mais viva e diversificada do que nunca, prometendo um futuro brilhante e multifacetado.
Assim, a Festa do Peão de Barretos não é apenas um evento de rodeio, mas sim uma celebração da cultura e da música brasileira, onde novas vozes e estilos ganham espaço e reconhecimento.