Nesta sexta-feira (29), em uma coletiva de imprensa, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que não existe disputa de protagonismo na operação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), que busca desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis. A operação, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo, em parceria com a Polícia Federal, Receita Federal e outros órgãos, resultou na execução de 350 mandados de busca e apreensão, tornando-se a maior ação da história contra a organização criminosa.
Importância da operação e integração das forças de segurança
Durante a coletiva, Tarcísio destacou a relevância da operação, dizendo: “Desde que chegamos, temos falado muito sobre crime organizado na área de transportes e no setor de combustíveis. O Gaeco começou a investigar juntamente com a inteligência da polícia e nosso trabalho vai tendo desdobramentos”. O governador ressaltou que a luta contra o crime organizado exige uma abordagem abrangente, que envolve não apenas ações reativas, mas também preventivas.
O governador enfatizou que a integração entre as diferentes esferas de governo e as forças de segurança é fundamental para enfrentar problemas tão complexos. Segundo ele, “se o Brasil não olhar para o setor de combustíveis como um todo, não vai resolver esse problema” e destacou que a participação de vários agentes é essencial para o sucesso das operações.
Coletivas simultâneas e papéis destacados
A operação não só capturou a atenção da mídia, mas também foi acompanhada por coletivas de imprensa simultâneas em Brasília e São Paulo, onde tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto o governador Tarcísio publicaram nas redes sociais, enfatizando as contribuições de cada um de seus governos para a investigação. O apoio mútuo entre as autoridades foi um ponto central enfatizado por Tarcísio, que reconheceu o trabalho do governo federal no combate ao crime organizado.
Legislação e combate ao crime organizado
No mesmo dia, durante uma agenda onde anunciou investimentos em saúde no ABC Paulista, Tarcísio também defendeu um projeto de lei que visa punir devedores contumazes, que está em tramitação no Congresso Nacional. Ele argumentou que a aprovação desse projeto poderia inibir ações criminosas no setor de combustíveis. “É muito fácil obter um regime especial tributário para internalizar combustível no Brasil, e isso gera um ambiente propício para a lavagem de dinheiro”, disse o governador.
Ele ressaltou que há anos tramitando no Congresso a lei do devedor contumaz, que visa dificultar a vida dos fraudadores, e expressou sua frustração com a falta de progresso nesse sentido. “Estamos diante de uma grande oportunidade de revisitar todo esse sistema”, acrescentou Tarcísio, defendendo a necessidade urgente de mudanças legislativas.
Apoio a Jair Bolsonaro e perspectiva de pacificação
Além de suas considerações sobre a operação e a legislação, Tarcísio também expressou apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mencionando o julgamento que ocorrerá no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele falou sobre o projeto de anistia que tramita no Congresso, considerando-o um “fator de pacificação” para o país. Tarcísio afirmou ter “convicção absoluta” da inocência de Bolsonaro, ressaltando sua proximidade com o ex-presidente e reiterando que muitos dos argumentos que o incriminam não fazem sentido, enfatizando que a justiça deve prevalecer.
Essas declarações de Tarcísio refletem uma tentativa de manter a unidade política e social, ao mesmo tempo em que endossa uma postura enérgica contra o crime organizado e a corrupção dentro do setor de combustíveis.
Em suma, a operação contra o PCC não é apenas um desdobramento de força policial, mas um alerta sobre a necessidade de reformas e colaborações entre governo federal e estadual para construir um ambiente mais seguro e coeso no Brasil.
*Colaborou CBN São Paulo
