A defesa de Bruno Henrique, atacante do Flamengo, decidiu desistir do recurso que havia apresentado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar anular a investigação que o tornou réu sob suspeita de manipulação de apostas. O processo investiga a denúncia de que o jogador teria forçado um cartão amarelo na partida do Campeonato Brasileiro de 2023, com a intenção de favorecer apostadores.
Motivos da desistência do recurso
A defesa do atleta argumentava sobre a incompetência da Justiça do Distrito Federal onde o caso tramita, alegando que a investigação deveria ser julgada pela Justiça Federal. Esse pedido visava transferir a jurisdição do processo, invalidando assim os atos processuais até o momento. Inicialmente, a defesa tentou um habeas corpus, que foi negado em decisão monocrática pelo ministro Joel Ilan Paciornik.
Após essa negativa, os advogados de Bruno Henrique interpelaram o tribunal com um agravo regimental, pedindo que a Quinta Turma da corte julgasse o pedido. Uma sessão estava marcada para a próxima terça-feira (02), mas a defesa apresentou uma petição de desistência que foi homologada rapidamente.
Contexto do caso envolvendo Bruno Henrique
Em junho, Bruno Henrique foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal, sob a acusação de ter informado seu irmão sobre um cartão amarelo iminente durante a partida contra o Santos, realizada no estádio Mané Garrincha. Essa informação teria facilitado uma série de apostas feitas por familiares e amigos do jogador.
A Polícia Federal deu início a uma operação de busca e apreensão em novembro do ano passado, cerca de três meses após o início das investigações. Em declarações, um dos indivíduos envolvidos, Douglas Ribeiro Pina Barcelos, reconheceu saber da advertência e concordou em prestar serviços comunitários e pagar multa. Por outro lado, Bruno Henrique nega sua participação nas alegações.
Punições e consequências para Bruno Henrique
No âmbito esportivo, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) agendou o julgamento do atleta para o dia 4 de setembro, às 09h. A Procuradoria do STJD denunciou Bruno com base em diversos artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que prevê punições que variam de 360 a 720 dias de suspensão, além de multas que podem chegar a R$ 100 mil.
As acusações contra o jogador incluem atuar de forma prejudicial ao time, influenciar o resultado da partida e descumprir regulamentos estabelecidos. A defesa do jogador defende que o cartão recebido na partida contra o Santos foi resultado de um lance comum, sem qualquer falta, e classifica as alegações como absurdas.
“A alegação de que tomar um cartão nesse lance, em que sequer falta houve, tinha como objetivo influenciar o resultado da partida é absurda”, declarou a defesa em comunicado.
Reflexos no Flamengo e a possibilidade de transferência
Enquanto enfrenta o processo judicial, Bruno Henrique continua em campo pelo Flamengo, protegido pela presunção de inocência. Ele atuou como titular nas últimas partidas e participou ativamente, marcando gols importantes. Entretanto, a possibilidade de uma suspensão prolongada faz com que a diretoria do clube esteja atenta a alternativas no mercado de transferências.
Reportagens indicam que o Flamengo está de olho no atacante Marcos Leonardo, que atualmente joga na Arábia Saudita. Contudo, a cúpula rubro-negra pretende aguardar o desfecho do julgamento de Bruno Henrique no STJD, programado para a próxima semana, antes de tomar decisões sobre o planejamento de seu elenco sob a orientação do técnico Filipe Luís.
