A Apple anunciou uma joint venture inédita no Brasil com a Symbiosis, empresa especializada em reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. O projeto, localizado na Bahia, será o primeiro passo de uma iniciativa que prevê a aquisição de até 5 mil hectares até 2026 — uma área equivalente a sete mil campos de futebol. A parceria faz parte do Restore Fund, criado pela Apple em 2021, que investirá US$ 400 milhões globalmente, sendo US$ 80 milhões destinados à América do Sul.
“Vinte e cinco por cento das emissões globais não podem ser mitigadas apenas com tecnologia industrial. A natureza precisa fazer parte da solução”, afirmou Lisa Jackson, vice-presidente de Meio Ambiente, Relações Governamentais e Iniciativas Sociais da Apple.
Segundo ela, a parceria com a Symbiosis tem como um de seus objetivos desenvolver métodos avançados de medição de carbono. “Não se trata apenas da Apple comprando terras, mas de investirmos em parceiros como a Symbiosis, para que possam identificar locais e expandir projetos. Eles já estão planejando uma ampliação para o próximo ano”, acrescentou.
Com Restore Fund a Apple Investe em sustentabilidade na América do Sul
Expansão do reflorestamento na Bahia e modelo global
Durante sua primeira visita ao Brasil, Lisa Jackson esteve em áreas reflorestadas na Bahia e participou de um encontro com estudantes no Instituto Eldorado, em Campinas (SP). Ela destacou que o Brasil não apenas recebe um dos maiores investimentos do Restore Fund, mas também serve como modelo para iniciativas globais da empresa.
“Esperamos que o Restore Fund siga o caminho da Academia de Desenvolvedores de Apps, que começou no Brasil e hoje é exportada para o mundo”, disse.
A executiva também mencionou que o compromisso ambiental da Apple tem influência direta em seus processos produtivos.
“Procuramos, ao redor do mundo, investimentos em energia limpa e incentivamos nossos fornecedores a fazerem o mesmo. O Brasil, com sua matriz energética relativamente limpa, apresenta uma enorme vantagem”, afirmou.
Impactos ambientais e tecnológicos da parceria Apple-Symbiosis
Além da parceria com a Symbiosis, Lisa Jackson abordou os desafios da inteligência artificial (IA) para o setor de tecnologia, especialmente em relação ao consumo energético. “A inteligência artificial vai continuar crescendo, e as grandes empresas precisam encarar isso. Precisamos expandir nosso uso de energia renovável para garantir que essa expansão seja sustentável”, destacou.
A Apple Intelligence, nova ferramenta de IA da empresa, foi projetada para operar com o menor impacto ambiental possível.
“Se o aparelho tem baixa emissão de carbono, ele já é neutro. Mas queremos garantir que, mesmo nos data centers, as operações usem energia limpa e renovável, algo que fazemos desde 2018”, explicou.
Compromisso com o futuro
A Apple já lançou produtos como o Mac Mini, seu primeiro equipamento neutro em emissões, e trabalha para estender essa conquista a outros dispositivos. “Você pode esperar mais materiais reciclados e pegadas de carbono menores em nossos produtos. O que tornou o Mac Mini neutro foi o uso de energia limpa pelos fornecedores e o uso de materiais reciclados. O trabalho continua”, ressaltou Jackson.
A parceria entre a Apple e a Symbiosis reforça o papel de grandes empresas no combate às mudanças climáticas, unindo inovação tecnológica e restauração ambiental. “Queremos estar na linha de frente. Investir na natureza e em energia limpa é essencial para um futuro mais sustentável”, concluiu Lisa Jackson.
Com informações de O GLOBO