O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou neste domingo (15) sobre a prisão preventiva do general Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa no governo de Jair Bolsonaro, realizada pela Polícia Federal no sábado (14).
Braga Netto é investigado por suspeita de envolvimento em um plano golpista para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022, que incluiria o assassinato de autoridades, como o próprio Lula, o vice-presidente e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Durante seu pronunciamento, Lula defendeu a presunção de inocência de Braga Netto, mas reforçou que, caso a culpa seja comprovada, as consequências devem ser severas.
“Eu acho que ele tem todo direito à presunção da inocência. O que eu não tive, eu quero que eles tenham: todo direito e todo respeito para que a lei seja cumprida. Mas, se esses caras fizeram o que tentaram fazer, eles terão que ser punidos severamente. Esse país tem gente que fez 10% do que eles fizeram e foram mortos na cadeia”, afirmou.
“Trama golpista e respeito à Constituição”
Lula também destacou a gravidade das acusações, enfatizando que não se pode tolerar desrespeito à democracia e à Constituição no Brasil.
“Não é possível a gente admitir que, num país generoso como o Brasil, a gente tenha gente de alta graduação militar tramando a morte de um presidente da República, tramando a morte do seu vice e tramando a morte de um juiz que era presidente da Suprema Corte Eleitoral”, declarou.
Prisão preventiva de Braga Netto
A prisão de Braga Netto foi decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após um pedido da Polícia Federal. A PF alegou que o ex-ministro tentou obstruir as investigações relacionadas à tentativa de golpe no fim de 2022. Ele está detido na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, após decisão de manter a prisão preventiva durante audiência de custódia.
A investigação faz parte de um inquérito mais amplo, que busca desarticular tentativas de golpe de Estado planejadas no período pós-eleitoral de 2022. A prisão preventiva não tem prazo definido, e o caso continua sendo analisado pelas autoridades.