Brasil, 28 de agosto de 2025
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Economia brasileira apresenta sinais de desaceleração e desafios no mercado de trabalho

A economia perde fôlego com queda na criação de empregos, alta na inadimplência e efeitos de juros e tarifações externas

A economia brasileira começou a mostrar sinais de desaceleração, com indicadores negativos que preocupam analistas e gestores públicos. Em julho, a criação de empregos formais teve uma queda de 32% em comparação ao mesmo período do ano passado, refletindo uma fase de maior cautela no mercado de trabalho.

Sinais de desaquecimento e fatores internos e externos

Além da queda na geração de empregos, a inadimplência subiu 6,5% em julho, atingindo o maior patamar em mais de 12 anos, conforme dados do Banco Central. O índice IBC-Br também apresentou desempenho fraco, assim como os indicadores de atividade dos setores de serviços, indústria e comércio em junho, que variaram de 0,1% a -0,3%.

Impacto dos juros elevados na economia

Especialistas explicam que esse movimento de desaceleração era esperado, pois a taxa de juros real de 10% foi um choque para o mercado, com elevações consecutivas de três pontos percentuais. A tentativa de reduzir a inflação tem refletido em queda na inflação oficial, com o IPCA-15 de agosto indicando deflação pela primeira vez em dois anos, puxada especialmente pelo recuo na energia elétrica.

Segundo relatório do Banco Central, o aumento dos juros foi uma medida de choque que, mesmo impactando setores específicos, conseguiu controlar a inflação, mas também gerou efeitos colaterais na atividade econômica.

Consequências na balança comercial e incertezas externas

Outro fator que surpreendeu o mercado foi o aumento das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, de 10% para 50%, sob alegação de proteção à indústria nacional. Essa medida gerou maior incerteza nos setores exportadores, especialmente no de máquinas e equipamentos, que prevê que não conseguirá exportar para os EUA em setembro, uma fatia que representa 26,26% das exportações brasileiras.

Apesar desses impactos, a economia brasileira tem apresentado resistência, mantendo a projeção de crescimento do PIB ao redor de 2% para este ano. No entanto, há preocupação na área econômica de que os juros tenham ido longe demais e que o Banco Central possa demorar a começar a redução, levando a um segundo semestre de forte desaceleração.

Mercado de trabalho e expectativas futuras

O mercado de trabalho ainda apresenta sinais positivos, com dados surpreendentes de criação de vagas, melhora na qualidade do emprego, aumento de renda salarial, redução do desalento, diminuição da informalidade e crescimento do mercado formal. Entretanto, há uma atenção especial ao futuro, já que a expectativa é de que, com a inflação caindo, a redução da taxa básica de juros, atualmente em 15%, só venha a acontecer no próximo ano.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a taxa de juros permanecerá nesse nível por um longo período, embora o mercado financeiro especule uma possível redução ainda neste ano, dependendo da evolução da inflação.

Perspectivas para o segundo semestre

A preocupação maior reside na velocidade de ajuste da política monetária e seus efeitos na atividade econômica, bem como na sensibilidade dos setores exportadores às mudanças nas tarifas externas. O cenário aponta para um segundo semestre bastante fraco, com sinais de que os choques externos e internos ainda podem pressionar a trajetória de crescimento do país.

Mais detalhes sobre o impacto desses fatores na economia brasileira podem ser acompanhados na reportagem completa neste link.

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